Torreense "estranha posição" do CD quanto ao recurso às imagens nos pedidos de despenalização
Críticas à "dualidade de critérios" na decisão do "caso Palhinha" e na despenalização de Carole, jogadora do Benfica.
Corpo do artigo
O Torreense criticou, em comunicado, a decisão do Conselho de Disciplina da FPF em não recorrer às imagens do Boavista-Sporting para analisar o cartão amarelo mostrado a Palhinha que impede o médio leonino de defrontar o Benfica na próxima segunda-feira.
O clube de Torres Vedras entende que o critério utilizado não foi o mesmo que fora utilizado na despenalização de Carole Silva, jogadora do Benfica que pode defrontar o Torreense, considerando que "mudanças de posicionamento não podem ocorrer durante uma temporada desportiva" e que o CD não pode "promover uma dualidade na aplicação de critérios que acentue a desigualdade de tratamento entre clubes".
13287469
Comunicado na íntegra
"O Sport Clube União Torreense manifesta a sua estranheza com a notícia hoje publicada na imprensa relativa ao "caso Palhinha", onde se dá conta de uma mudança de posicionamento do CD da FPF, relativamente a pedidos de despenalização. Segundo a mesma, "a análise posterior das imagens já não é determinante (...) pelo contrário, tem maior peso a decisão que o árbitro tomou em campo e o que escreveu no relatório.
É respeitado o princípio da autoridade do árbitro, com base naquilo a que os ingleses chamam "field of play doctrine" - a doutrina do campo de jogo - e que, no fundo, justifica a incapacidade do órgão disciplinar para mudar a decisão inicial do juiz". Importa recordar que no passado dia 8 de Novembro de 2020, o Sport Lisboa e Benfica pode utilizar a atleta Carole Silva na partida frente ao Torreense, depois desta ter visto cartão vermelho direto na partida anterior que disputou, frente ao Marítimo. Nessa ocasião, a análise posterior das imagens permitiu que o recurso apresentado pelo clube da Luz fosse procedente, resultando na despenalização da atleta.
O Sport Clube União Torreense faz notar que estas mudanças de posicionamento não podem ocorrer durante uma temporada desportiva, nem promover uma dualidade na aplicação de critérios que acentue a desigualdade de tratamento entre clubes. É necessário clareza e transparência na defesa da verdade desportiva e da integridade das competições numa época extremamente difícil para os clubes e para as sociedades desportivas".