A equipa de Luís Tralhão fez história ao levar para Torres Vedras o primeiro título nacional de sub-23. O capitão André Simões reflete sobre o triunfo e já aponta à Taça Revelação
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O Torreense escreveu um capítulo dourado na sua história ao conquistar pela primeira vez a Liga Revelação, terminando a fase de campeão no primeiro lugar, com 30 pontos, 26 golos marcados e 12 sofridos. Uma conquista que, para muitos, parecia muito distante. No centro dessa vitória está André Simões, capitão da equipa e um dos principais motores desta façanha. Com 21 anos, o médio soma 18 jogos e três golos pelos sub-23 e já foi chamado à equipa principal em oito ocasiões. “Todos temos noção da marca que deixamos na história deste clube. Acima de tudo há um sentimento de orgulho e satisfação. Estávamos a viver uma excelente época e conseguir fechar esse ciclo com um título é a recompensa para todos os esforços. A humildade para trabalhar e a união entre todos foram o que nos fez chegar até aqui”, sublinha André.
Desde a segunda jornada, o Torreense manteve-se no topo da classificação, o que implicou a pressão de ser constantemente desafiado a manter o nível. No entanto, André Simões considera que essa pressão nunca foi encarada de forma negativa. “A pressão de lutar por títulos é, no fundo, um privilégio. Sabíamos o que podíamos alcançar. A ansiedade de querer entrar para a história esteve sempre presente, é verdade, mas depois da derrota com o Benfica, entendemos que o nosso foco tinha de ser único: concentrarmo-nos no que podíamos controlar. Treinar bem, preparar os jogos da melhor forma e sermos sempre fiéis a nós próprios”, explica.
Num futebol cada vez mais voltado para o imediato, o Torreense contrariou as expetativas e apostou na formação. Uma aposta que não só se revelou acertada, como também se transformou numa lição para o futebol português. “Creio que é este o caminho. Nos tempos que correm, os clubes estão constantemente pressionados pelos resultados e pelas exigências de sucesso imediato. Mas é fundamental criar um espaço favorável para que os jovens possam crescer e mostrar o seu valor. E o Torreense fez isso connosco. Dedicaram-nos tempo e confiança, o que nos permitiu evoluir”, destaca o capitão.
Agora que o Torreense alcançou a glória na Liga Revelação, os azuis-grená não perdem de vista os próximos desafios. A Taça está no horizonte e, como em tudo o que fizeram até agora, o objetivo é manter a competitividade até ao fim. “A história só se escreve com aquilo que lhe podemos acrescentar. Ainda temos a Taça em disputa e vamos encará-la da mesma forma que encaramos tudo até agora, com humildade, sem arrogância, e prontos para dar o nosso melhor. Se conseguirmos, será o culminar de uma época extraordinária”, remata André.
Dedo de Tralhão foi fundamental
André Simões não tem dúvidas de que o sucesso do Torreense na Liga Revelação tem forte marca de Luís Tralhão. O capitão destaca a liderança e o caráter humano do treinador, fundamentais para a conquista histórica. “O míster Luís Tralhão tem um caráter humano raro. É um líder forte, mas nunca autoritário. Soube ouvir-nos e adaptar as suas ideias às nossas necessidades enquanto grupo. Fez-nos jogar como uma equipa grande e a nossa vitória deve-se muito ao trabalho dele”, sublinha o médio.