Bruno de Carvalho voltou a recordar o episódio das agressões na Academia de Alcochete e reiterou: as tochas lançadas no jogo com o Benfica nada tiveram a ver com Rui Patrício.
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Bruno de Carvalho recordou esta sexta-feira o episódio das agressões na Academia de Alcochete, relatando as conversas que teve com vários jogadores nos dias anteriores e descrevendo o seu ponto de vista no momento da invasão às instalações por parte de um grupo de cerca de 50 adeptos.
"Na segunda anterior, eu, Carlos Vieira, Rui Caeiro e Guilherme Pinheiro fizemos três reuniões: primeiro equipa técnica, segunda jogadores e terceiro staff. É lógico que vi o jogo [com o Marítimo], que vi o que aconteceu no fim, vi nas imagens que surgiram sobre o aeroporto e quando estávamos a falar - e foi uma conversa excelente, ótima, agradável -, dizendo que queríamos acabar a época em beleza, com uma Taça de Portugal, a certa altura, dirijo-me a um jogador e perguntei: mas virámo-nos para os adeptos? E ele: sangue 'caliente' e tal... Tudo bem, mas temos de ter calma, porque não é bom. Fui a outro que me disse que queria ajudar, outro que me disse que não havia problema... Eu disse-lhes: 'malta, qualquer ameaça, dizem-me ou ao [André] Geraldes. Não quero confusões. Amanhã o treino será às 16h00, lá estarei. Fomos embora, tudo com a cabeça na Taça e o que aconteceu no dia a seguir: Cashball. Apesar de a preocupação ser zero, não foi agradável para ninguém ler aquilo. Tivemos reuniões, com advogados. O tempo passou, eu e o André estávamos em reuniões e entra uma pessoa pela sala a dentro diz que entraram uns encapuzados na Academia. Com tudo o que estava a acontecer pensei que era uma palhaçada. Nos primeiros 10 segundos, porque depois percebi que não era palhaçada nenhuma. Eu não tinha a noção o que tinha acontecido e pedi para ligarem ao [Jorge] Jesus para saberem se ainda lá estavam, que eu queria ir lá. Ele disse que não era preciso ir e eu disse que não queria saber, porque queria ir lá. Lá fui. Uma das coisas que acho estranho, é depois do vídeo que saiu, em que é claro que foi feito um aviso de que iam lá [à Academia] na terça-feira... Há um vídeo da CMTV, com legendas, onde se vê eles a dizerem: 'vais-me dizer isso na terça-feira'. Não percebo como é que na reunião de segunda-feira, ninguém me disse nada, ninguém me relatou ameaças... Se calhar não tiveram a noção da proporção da coisa", relatou o presidente do Sporting, na sessão de esclarecimento aos sócios desta sexta-feira, em Santa Maria da Feira, alertando os jogadores sobre as rescisões:
"Espero que os jogadores tenham a noção do que é que estão a assinar. Porque eles não estão a assinar só uma rescisão, estão a acusar pessoas de coisas más. Já lhes ganhei [aos advogados] uma vez e não me importo de ganhar mais. Fazer acusações pode levar outros caminhos legais e eu não estou a falar do Sporting. Espero que tenham noção da confusão onde se estão a meter... Eles que respirem fundo e pensem nas consequências, não só desportivas e financeiras, mas também pessoais. Porque há o Bruno Miguel, há o Rui Patrício, o Daniel Podence...", acrescentou, antes de comentar o lançamento de tochas para o relvado de Alvalade no jogo entre Sporting e Benfica, na penúltima jornada da I Liga.
"Pirotecnia contra o Benfica? Se estivesse lá o Papa também tinham mandado as tochas. Teve zero a ver com o Rui Patrício. Eles acharam aquilo muito lindo", finalizou Bruno de Carvalho.