"Tive propostas do Fafe, Varzim, Lourosa e Penafiel, mas decidi voltar para perto da família"
Tavinho regressou a Portugal depois de um ano na Indonésia. Extremo teve convites de outros patamares, mas a vontade de estar ao lado dos filhos falou mais alto. Suplente utilizado nos últimos quatro jogos, marcou em dois. Admite que ainda não está na “condição física ideal” e assume que a subida é o objetivo.
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Quatro vitórias seguidas, uma delas para a Taça de Portugal, confirmam que o Moncarapachense está a dar a volta a um início de temporada soluçante, depois de uma derrota e um empate entre a segunda e a terceira jornadas da Série D do Campeonato de Portugal. Tavinho, extremo algarvio conhecido por anos bem-sucedidos no Farense, mas também em Vizela, já a norte, tem sido uma arma saída do banco que rima com golos. Foi suplente utilizado nas quatro partidas anteriores, estreou-se a marcar no triunfo, por 1-0, no Estrela da Amadora B e confirmou o triunfo no dérbi diante do Lagoa, por 2-0. “Estive parado cinco meses desde que saí da Indonésia. Não estou no meu pico de forma, mas estou a começar bem”, sintetiza, aludindo à época passada, na qual representou o RANS Nusantara.
Regressar ao Algarve teve um forte motivo familiar por trás, até porque, garante Tavinho, havia outros convites em carteira. “Tive propostas do Fafe, Varzim e Lourosa, da Liga 3, do Penafiel, da II Liga, mas o Moncaparachense foi o meu primeiro clube como sénior e decidi voltar para estar perto dos meus filhos. Sou de Faro, demoro 15 minutos a chegar ao treino, as pessoas são as mesmas de quando estive no clube e optei por ficar cá”, resume.
Na Indonésia, admite, encontrou uma proposta “financeiramente muito melhor” do que se paga em Portugal. A experiência foi “positiva”, embora com alguns episódios para contar... “Estamos habituados a ir a lojas, centros comerciais, mas lá não há muito disso. É uma cultura e um país fechado, um trânsito caótico, motas por todo o lado, uma enorme confusão”, recorda. “Se em Portugal demoras 40 minutos para chegar a um determinado local, lá demoras duas horas. É muita confusão, nem saía de casa. Era direto para o treino e do treino para casa”, acrescenta. Além do mais, o futebol tem, igualmente, um longo caminho para percorrer. “Jogávamos num estádio emprestado onde nunca havia água quente. Andávamos sempre com a mala às costas. E a jogar fora também acontecia várias vezes tomarmos banho de água fria. Não havia macas para os jogadores lesionados e, no campo, quem dá qualidade são os estrangeiros, porque os indonésios é só correria”, descreve.
Com dez pontos em cinco jogos e a um dos líderes Sintrense, Louletano e Lusitano de Évora, subir é o objetivo em Moncarapacho. “Essa é a nossa meta e o que temos andado a falar. Temos um plantel com qualidade, malta com andamento de outras ligas e jovens com valor”, perspetiva.
Memórias especiais de Faro e Vizela
Tavinho reconhece que, aos 31 anos, vê a carreira “a chegar ao fim” e que a partir de agora é o corpo quem manda. “Ainda para mais, voltei a casa... estou bem de vida, tenho as minhas coisinhas organizadas e ficarei no futebol até o corpo deixar”, afirma. Entretanto, quer começar a tirar o curso de treinador. “Gosto e quero aprender para ficar ligado ao futebol”, explica. Na retrospetiva do percurso futebolístico há memórias especiais dos tempos de Vizela e Farense. “Foi onde mais desfrutei do meu futebol. E é isso que vou contar aos meus filhos, aquelas subidas no Farense e em Vizela. O mais velho já sabe e já conhece algum do meu percurso. A mais nova, quando crescer, também irá saber”, termina.