Tiago Fernandes: "Acredito que o meu pai é um pouco como o Eusébio"

A homenagem ao pai: "É sempre um prazer e é de louvar tantas homenagens que têm feito ao meu pai. É sempre gratificante como filho e reconhecer a dimensão que ele tem no futebol português e no futebol internacional. Às vezes nós nem tínhamos a noção da grandeza, mas há mensagens que têm chegado de toda a parte do mundo. Por exemplo, o presidente da FIFA, no dia em que fizeram o minuto de silêncio na Liga, o meu pai era embaixador e trabalhava com o Pedro Proença. É sempre bonito ver este tipo de homenagens porque mantém a memória dele eterna."

Manter o nome de Manuel Fernandes bem vivo na memória dos portugueses: "Sim, é a cultura desportiva. É bom que o futebol tenha pessoas de bem, como é o caso desta atual direção do Sporting, que tem pessoas que sabem que o de bom do futebol são as amizades e o respeito que as grandes figuras do futebol português merecem. A Liga também tem pessoas à frente com essa capacidade e caráter. Como filho, é sempre um prazer enorme quando são feitas como estas homenagens ao meu pai. Também tive o prazer de estar presente nas outras homenagens que fizeram ao meu pai. Há dois anos viemos os dois, o ano passado vim sozinho e este ano, infelizmente, também. Venho avivar a memória e estar presente neste tipo de eventos, que é importante para os mais jovens que não o viram jogar, mas que também sabem que ele é importante para o futebol português."

Mensagens de todos os clubes: "Sim, as pessoas do Sporting, Benfica, FC Porto, Braga, V. Guimarães, todos os clubes que ele treinou e também os que não treinou. É como ele muitas vezes dizia: 'Eu não tenho inimigos no futebol, tenho adversários'. Acredito que ele é um pouco como o Eusébio, também é uma figura importante para os benfiquistas, para os sportinguistas, para os portistas e para as pessoas que gostam de futebol. São jogadores que não têm problema em assumir que são de um clube. O meu próprio pai rejeitou ofertas que tinha do Benfica, no FC Porto e noutros clubes. Só saiu do Sporting quando não o quiseram. Jogou em quatro clubes na sua vida e todos eles de verde e branco. Era mesmo apaixonado pelo Sporting. Nós sentimos isso em casa. Ter o carinho de adeptos de outros clubes é difícil de explicar. É sempre importante para mim manter esta figura do meu pai e fazer com que o seu nome seja respeitado até ao fim."