Luís Castro, treinador do Chaves, critica dois blocos do futebol português: o dos três grandes e "os outros"
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Eis o olhar de Luís Castro para o futebol nacional. Não vai lá muito tempo, o treinador transmontano apontou as desigualdades dentro do futebol, as benesses que têm os grandes em relação aos outros. O treinador explica porque o fez... "Só constatei factos. Não tenho a preocupação de andar na minha vida a fazer comunicações de intervenção. Quando falo, procuro assentar tudo o que é o meu discurso em factos reais. A minha preocupação é não faltar um milímetro à verdade e aos meus pensamentos. Neste momento temos apenas uma equipa na Liga Europa, não há muitos anos até foram duas à final. Éramos um país vendedor, muito forte, hoje esse volume de vendas começa a cair, os ativos existentes começam a não ter aquele valor todo que havia há pouco anos, isso tem a ver com a falta de competitividade. Há razões para isso."
Luís Castro reflete: "No mínimo, deve levar-nos a analisar os porquês e, se calhar, tem a ver também com essas desigualdades, com a falta de competitividade existente dos primeiros quatro lugares para baixo no campeonato."
Há também "pouca gente nos estádios, não nos jogos dos grandes, porque esses são um caso à parte". "A pouca gente nos estádios pode ter a ver com o preço dos bilhetes, com a falta de competitividade, com o conforto dos estádios, a falta de qualidade dos espetáculos... Não sei se é é mesmo assim, mas algumas destas verdades podem estar na origem desse problema. Continua tudo monopolizado pelos três grandes, que continuam a ser os únicos com comentadores nos espaços televisivos, e isso tem muita influência."