Apurados para as meias-finais da Taça de Portugal, a luta de momento é outra e a vitória nos Arcos de Valdevez deu oxigénio aos jesuítas na fuga à descida. Emanuel Simões regozija-se pelo triunfo, que dá “para respirar um bocadinho” na luta pela permanência, e conta como gere no balneário a visita dos encarnados.
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O Tirsense, da Série A do Campeonato de Portugal, tem estado na agenda mediática do futebol nacional pelo apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal. Equipa do quarto escalão, os jesuítas terão agora a maior montanha a escalar, com o Benfica como último obstáculo antes da final no Jamor. Se em Santo Tirso a reedição do duelo que outrora se verificava na I Liga anda nas bocas do povo, dentro do balneário só se pensa na permanência. A temporada dos jesuítas está abaixo das expectativas e urge evitar a descida aos distritais. Mais de três meses depois, o Tirsense voltou a ganhar fora - não o conseguia desde a 12.ª jornada - após ter batido o Atlético dos Arcos, por 2-0, no passado domingo. Pontos que deixaram o conjunto de Emanuel Simões no oitavo lugar do agrupamento, com três de avanço para a linha de água. “Já não conseguíamos ganhar fora há alguns jogos e é um oxigénio que nos dá a sensação de podermos respirar um bocadinho melhor”, analisa.
Simões estava no Tirsense B até ser puxado para a equipa principal, para substituir Luís Norton de Matos, e explica o que encontrou. “Tínhamos uma equipa com o moral em baixo, fruto dos maus resultados e da posição na tabela, que não era a ideia para o início da época”, refere. “Era uma equipa algo desmoralizada e cujo objetivo principal passou, entretanto, a ser a permanência”, completa.
Ora, com o Benfica a aproximar-se, como consegue o treinador gerir a ansiedade do grupo antes de defrontar as águias? Emanuel Simões assegura que o tema não entra no balneário. “Tem sido muito fácil de gerir, porque há um timing para tudo e, neste momento, temos de tentar garantir a permanência antes de jogarmos com o Benfica. Não é tema à semana nem ao fim de semana. Fomos muito claros com o grupo e eles estão a facilitar o trabalho, pois estão focados no campeonato”, salienta. Chegar tão longe na Taça fez-se à custa de campanha na qual só o Caldas, na terceira eliminatória, era adversário de escalão superior. Todavia, coube ao Tirsense eliminar no Alentejo o tomba-gigantes da edição desta temporada. “Não tombámos nenhum gigante, mas eliminámos quem tombou gigantes esta época, que foi O Elvas. E fizemo-lo de uma forma clara e justíssima”, recorda.
De resto, a campanha na Taça de Portugal contribuiu para aproximar a equipa tirsense da cidade. “Os adeptos nunca faltaram à nossa equipa, mas aproximaram-se ainda mais depois do jogo em Elvas”, termina.
Voltou a treinar... pelo filho
Emanuel Simões não estava no ativo desde que na época 2022/23 deixou o comando do Tirsense. Aliás, nem planeava voltar já ao futebol e fê-lo pela porta do Tirsense B por causa... do filho. “O Tirsense B, onde joga o meu filho, estava sem treinador e perguntaram-me se não podia ir ajudar. Pensei, porque não? E assim assumi a equipa B do Tirsense. Entretanto, acharam que era a pessoa indicada para substituir o Norton de Matos. O Tirsense é gerido por gente amiga e senti que podia ajudar”, justifica.