"Temos de revelar uma grande ambição, é a primeira vez que o Torreense está na Taça da Liga"
Pedro Moreira, ex-adjunto de Paulo Fonseca, revela que "confiança" é a palavra que mais tem transmitido aos jogadores que esta terça-feira procuram ultrapassar, no Estoril, mais uma equipa do escalão principal, depois do triunfo sobre o Famalicão, para o grupo H da Taça da Liga..
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O Torreense joga esta terça-feira no Estoril, para a quarta jornada do grupo H da Taça da Liga, depois de na sexta-feira ter vencido o Famalicão, também da I Liga, e de dois empates: na receção ao Académico de Viseu e na visita a Tondela, contra adversários do mesmo escalão da equipa liderada por Pedro Moreira, treinador de 47 anos, natural de Maputo.
A vitória, na sexta-feira, sobre o Famalicão, da I Liga, moralizou muito a sua equipa?
"Já andávamos à procura de uma vitória há algum tempo. Tínhamos feito exibições conseguidas, mas não tinham chegado para ganhar. Nos últimos jogos da Taça da Liga [empate em casa com o Académico de Viseu e em Tondela] e em que sofremos um golo inicial. Mesmo indo atrás do jogo, só nos permitiu empatar nesses dois jogos e realmente agora mantivemos o mesmo nível de organização defensiva e de concentração muito elevados em todos os momentos do jogo. Tem sido difícil a esta equipa concretizar as situações que cria, conseguimos, de penálti, resolver o jogo e foi um resultado galvanizador para o que pretendemos para o futuro".
Como avalia a equipa do Estoril?
"Do que avaliámos da equipa do Estoril é uma equipa extremamente difícil, que está a passar uma fase mais complicada, mas ao mesmo tempo revela o trabalho do Nélson [Veríssimo]. É um treinador que consegue pôr em campo as ideias de uma forma concreta. Naturalmente que todos nós estamos com o mesmo pensamento de, na Taça da Liga, poder utilizar alguns jogadores com menos minutos e experimentar algumas situações, de modo a considerar estes jogos como uma fase preparatória para o que queremos para o resto da época e, muitas vezes, pode não ser o concreto revelar do que é cada equipa. E pode ter acontecido isso também com o Estoril nestes últimos jogos."
Quais as principais virtudes do adversário que vai defrontar esta noite?
"O Estoril manda no jogo muitas vezes, tem uma posse muito bem trabalhada, uma boa organização defensiva, o que pretendemos é, através dos nossos princípios e identidade, criar dificuldades a um adversário que é superior a nós. No entanto, daremos o nosso máximo ara conseguir um bom resultado."
O Torreense nunca esteve na Taça da Liga e partilha a liderança do Grupo H com o Académico de Viseu...
"É a primeira vez que esta equipa disputa esta competição e anda nestes palcos. Até para o clube é uma novidade e o que a equipa tem de revelar é uma grande ambição para este jogo. Para nós só falta um jogo quando faltam disputar duas jornadas neste grupo e o que temos de fazer é o melhor. Em três jogos conseguimos não perder e contra uma equipa de uma divisão superior vamos querer fazer o melhor resultado possível. Tenho falado muito aos jogadores na palavra confiança, até porque mo campeonato, em função do lugar em que estamos [15.º lugar na Liga SABSEG], a equipa sofre uma natural pressão e tem dificuldade em jogar com confiança e com o espírito aberto, porque os resultados na tabela classificativa tiram-lhe capacidade para jogar de uma forma tranquila."
O que pretende é que a equipa ganhe confiança. É isso?
"Vamos tentar aproveitar estes jogos para estimular essa confiança, direcionados para o desafio de 30 de dezembro com o Trofense, contra uma equipa que está perro dos lugares em que estamos na II liga A equipa tem mostrado competência, tem quatro golos sofridos desde que eu entrei, e tem quatro derrotas. Aumentando os níveis de confiança, naturalmente que esperamos que a equipa melhore a sua classificação e possa sair deste espaço de perigo da tabela classificativa."
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"Oportunidade para agarrar
com unhas e dentes"
Com 47 anos, natural de Maputo, Pedro Moreira iniciou o percurso de treinador na formação no Sporting, tendo sido posteriormente adjunto de Paulo Fonseca no Paços de Ferreira, Braga, FC Porto, Shakhtar Donetsk e Roma.
Como está a ser esta primeira experiência como treinador principal?
"Muito boa. Foi uma carreira a preparar-me para ter esta primeira experiência. Fiz o UEFA Pro desde 2009 - com o Vítor Pereira, o Jorge Costa, o Rui Jorge, com vários treinadores que estão no alto nível há muitos anos - e naturalmente que tinha esta ambição. Estando ao pé do Paulo [Fonseca], sentindo-me útil no dia-a-dia no trabalho, aprendendo com boas condições, foram ótimas experiências em grandes campeonatos, sempre me preparei para agarrar esta oportunidade com unhas e dentes."
E é isso que está a acontecer?
"Sem qualquer dúvida. O que desejo é aplicar as minhas ideias e, juntamente com a minha equipa técnica, conseguirmos um bom resultado e prepararmo-nos no Torreense para ser uma alavanca para o nosso futuro. Mas, acima de tudo, concentrarmo-nos neste clube que acreditou em nós e que vê em nós algum potencial para ajudar a crescer este clube. Temos de fazer melhor e a nossa primeira ambição é dar mérito a quem acreditou no nosso potencial. E esperamos que isso rapidamente nos dê pontos e nos faça subir na classificação."