Rui Borges, treinador do V. Guimarães, fez a antevisão do jogo de domingo (16h30), contra o Santa Clara, nos Açores, a contar para a 11.ª jornada da I Liga
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Antevisão ao Santa Clara: “O jogo de ontem [contra o Mladá Boleslav] já passou. Temos pouco tempo para aquilo que é focar no Santa Clara e na dificuldade que vamos ter. Vamos enfrentar uma equipa que em casa, em cinco jogos, tem quatro vitórias e uma derrota, contra o FC Porto. Por isso é uma equipa muito forte, que também já se conhece na sua maioria da época passada, com dinâmica, muito competitiva, competente, bem organizada e bem orientada pelo seu treinador. É uma equipa difícil e fisicamente forte. É igualmente forte nas transições ofensivas, com jogadores rápidos e com boas tomadas de decisão. Acima de tudo uma equipa muito organizada e competitiva.”
De olho no quarto lugar: “Mais do que ultrapassar o Santa Clara, se queremos ser diferentes, se queremos ganhar mais vezes, temos de perceber que vamos defrontar uma grande equipa, com uma grande dinâmica, com um grande início de época. Vai ser um jogo muito difícil, mas mais do que ultrapassá-lo, é sentir que estamos em quinto lugar e queremos estar em quarto. A maior motivação tem de ser essa. Temos de ganhar, e para ganhar o que temos de fazer? Trabalhar muito dentro daquilo que é a estratégia e dentro de uma ideia de jogo.”
Óscar Rivas como boa dor de cabeça: “Ele deu a resposta que estávamos à espera. Marcou e fico feliz por esse objetivo. É um jogador que nos dá uma resposta diária. Era a questão de pô-lo a jogar no momento certo e de dar-lhe a oportunidade que ele merecia já há algum tempo. Esteve tranquilo. Foi importante ser a estreia em casa, perante os nossos adeptos e eles também darem-lhe esse conforto. Ele sentiu que os adeptos estavam a olhar para ele e estavam confiantes naquilo que ele estava a fazer. Foi importante nas primeiras ações que fez os adeptos darem-lhe esse conforto também com palmas. Foi crescendo ao longo do jogo e manteve o estado de confiança. De resto, é um miúdo muito focado, rigoroso e competitivo. Apesar de não estar a jogar, era um miúdo que diariamente dava essa parte competitiva que nós gostámos e queremos. Era uma questão de oportunidade, mereceu-a e fez por ela. Cumpriu e muito bem. Há muitas boas dores de cabeça no plantel. É isso que me deixa feliz, porque eles dão a resposta e estão todos preparados para jogar e à espera das suas oportunidades.”
Espera mais de Telmo Arcanjo: “O Telmo vem de uma lesão muito longa. No início apareceu muito bem, agora está consistente, mas, honestamente, longe daquilo que queremos e já tive essa conversa com ele. Ontem foi competente, fez um bom jogo, dentro daquilo que a equipa fez. Naqueles 60 minutos esteve bem, competitivo e competente, mas precisa ser mais agressivo no último terço. É um miúdo que tem características muito próprias e tem que mudar algumas coisas, mas isso faz parte do crescimento e do processo. Agora, tem que entender que a exigência é muito maior do que tem sido ou daquilo que ele tem apresentado. Trabalha muito bem, tem feito jogos bastante competentes, mas esperamos mais, porque é um jogador que tem coisas diferentes. Ele tem que ter essa noção e há mais jogadores nesse sentido. Ele percebe isso, tem ouvido e tem tentado perceber de que forma pode acrescentar mais exigência ao jogo dele. Está num patamar de exigência grande e tem que sentir e perceber isso.”
Receita para controlar o cansaço: “A mensagem é que a malta se mantenha competitiva, ambiciosa e que não se canse de ganhar. Mesmo rodando jogadores, vamos com 21 jogos e há um acumular de cansaço e de viagens. É difícil apresentarmos a mesma qualidade de jogo que apresentámos nos primeiros jogos. A qualidade de jogo tem sido dentro do esperado, mas aqui ou ali podemos ser melhores. Falta-nos sermos mais maduros. Em certos momentos do jogo precisamos dessa maturidade. Acima de tudo, têm de se manter competitivos e quero que percebam que o jogo, às vezes, não vai ser sempre tão bem jogado como desejamos. Temos de estar mais organizados e rigorosos, porque em pequenos comportamentos ou pequenas coisinhas temos sofrido golos. Quando sofrermos que seja porque o adversário se superiorizou e pela qualidade de jogo deles, mas não é isso que tem acontecido. É muito por aí, é tentar perceber que estamos onde queremos e estamos a competir. Se queremos isso, temos de arranjar a forma mental de ultrapassar esse cansaço físico que às vezes possa existir. O ser humano às vezes não tem limites, tem sempre mais alguma coisa para dar, mais um bocadinho para dar. O caminho tem sido fantástico, mas para ser fantástico temos de fazer tudo para ganhar este jogo. Agora temos de dar mais um bocadinho para conseguirmos ganhar ao Santa Clara. É um bocadinho assim, é no jogo a jogo, no momento a momento, não dá para pensar muito à frente. Temos de estar comprometidos e temos de ser uma verdadeira. Eles unem-se lá dentro e quando é para sofrer, sofrem juntos.”
Mikel Villanueva não defronta Santa Clara: “O Mikel está fora durante uns dias, não serão muitos. Temos o Óscar [Rivas] e voltou o Toni [Borevkovic] de castigo, por isso, não me preocupo. Faz parte, temos de saber viver com isso. O Mikel estava num bom momento e há de continuar, porque é um jogador importante e dá essa maturidade que é necessária pela experiência que tem. Jogam outros, com características diferentes, como foi o caso do Óscar. Estou tranquilo, porque quem jogar vai dar uma boa resposta.”
Significado da renovação de Charles: “Tem um grande significado, porque é um guarda-redes que já na época passada deu uma resposta enorme quando foi chamado. Eu não estava cá, mas acompanhei. Este ano fez grandes jogos. É um jogador importante para o grupo, além que também é importante essa maturidade dele. Está claramente identificada com o ADN do clube. Estou muito feliz por isso. É um jogador que gosto muito, no dia-a-dia também, naquilo que é a convivência com os colegas e o respeito que tem por eles e eles pelo Charles. Estamos muito bem servidos. O Bruno Varela também é um grande capitão, para além de ser um grande guarda-redes. Estamos aí com os miúdos, o Gui a aparecer, e tenho a certeza que terá um futuro muito risonho. Ele tem a sorte de trabalhar com dois grandes guarda-redes.”