Desconforto em jogo de alguns elementos é o principal motivo para questionar a opção estratégica do técnico em colocar uma linha de cinco defesas, com três centrais.
Corpo do artigo
Marcel Keizer surpreendeu os próprios atletas no encontro da Supertaça frente ao Benfica ao apostar numa tática com cinco defesas, três deles centrais - no caso Neto, Coates e Mathieu -, recuperando uma estratégia adotada em pouco mais de dois jogos na última temporada, porém a opção do técnico holandês, segundo O JOGO apurou, gerou insatisfação dos mesmos, que não o esconderam no final do encontro.
Tudo porque os jogadores na sua maioria entendem que a mesma não foi suficientemente testada e aplicada em jogo desde que se iniciou a pré-temporada que anteontem terminou.
Aliás, nos cinco encontros disputados no período preparatório, Marcel Keizer em nenhum momento apresentou a equipa nesse figurino tático, como chegou mesmo a constatar o técnico rival do passado domingo, Bruno Lage, na antevisão da Supertaça. Os atletas, de acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, advogam que sentiram-se desconfortáveis pela forma como a equipa foi montada, encostando, por exemplo, Bruno Fernandes no corredor do ataque, forçando-o a movimentos interiores a atacar e a maior desgaste físico por ter de acompanhar as subidas do lateral-direito contrário, o adaptado Nuno Tavares. Diga-se que o esperado pelos jogadores era a colocação de Borja como lateral-esquerdo e Acuña no corredor, ficando Bruno Fernandes no corredor central no habitual 4x3x3, tendo este maior capacidade para explorar aquele que em Alvalade era visto como o principal ponto fraco do oponente a explorar. Nada disso funcionou e o peso do resultado final acentuou a insatisfação dos atletas, a qual ficou bem vincada em vários momentos no Estádio Algarve, ainda que os leões, outrora, concretamente frente ao Braga, em Alvalade, na última temporada, se tenham imposto categoricamente por 3-0 ao então candidato ao título.
Marcel Keizer, no Algarve, defendeu que a linha de três centrais "resultou". "Na primeira parte tivemos muito boas chances. [...] O esquema inicial prova, sim, como estivemos bem. Basta lembrar que já tínhamos jogado assim no ano passado quando eliminámos o Benfica na meia-final da Taça de Portugal, não com este modelo, mas com um semelhante. [...] Mudámos para os dois centrais e sofremos mais três golos", sustentou.
11180485