Duelo com a Juventus foi o momento mais marcante da época e a bicicleta ao Chelsea não está esquecida. O iraniano sente que o FC Porto merecia mais na Champions e até lança a final desta noite
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Taremi está ao serviço da Seleção iraniana, a preparar uma série de quatro jogos de qualificação para o Mundial de 2022, o primeiro deles contra Hong Kong. Numa pausa entre os treinos, o avançado matou a curiosidade dos adeptos locais a propósito daquilo que foi a primeira época no FC Porto e na Liga dos Campeões, numa entrevista ao portal "Mehr". "Consegui dar felicidade às pessoas, por um bocadinho que fosse, e isso foi bom. Desde que fiquem felizes com os meus golos, assistências ou penáltis, fico satisfeito. Fiz 48 jogos no FC Porto. Foi uma época bastante boa", resumiu, feliz com o que vai lendo à distância. É curioso que o avançado tenha puxado o assunto dos penáltis. Depois de se continuar a ler a entrevista, percebe-se melhor.
Estou muito feliz no FC Porto, tenho estado em forma e não sei de qualquer oferta. Se aparecer alguma proposta, o FC Porto decidirá, porque eu tenho contrato. Veremos no futuro."
Os iranianos valorizam também muito essas ações e até "reclamaram" não ser ele o batedor oficial do FC Porto. Ganhar muitos penáltis é uma espécie de atributo que já vem do Rio Ave. "Já expliquei alguma vezes. Boa parte dos penáltis são sobre mim, mas há erros dos adversários nisto. O que faço é com inteligência e o mais importante é que não invento penáltis, não são penáltis covardes. É o meu estilo de jogar. Às vezes levantam-se mais dúvidas porque os defesas tentam evitar o contacto, mas os erros são normais", dissecou, sem ficar a pensar sobre o facto de ser Sérgio Oliveira a cobrar habitualmente estes lances e não ele. "No geral, foi tudo tão bom que não penso nisso. Podia ter feito mais minutos e mais golos, mas foi fantástico, fui produtivo e tive bons desempenhos", concluiu.
A boa época nos dragões - 23 golos - despertou o interesse de alguns clubes de ligas maiores. O Everton foi um dos que sondou o avançado. "Estou muito feliz no FC Porto, tenho estado em forma e não sei de qualquer oferta. Se aparecer alguma proposta, o FC Porto decidirá, porque eu tenho contrato. Veremos no futuro. As ligas já terminaram, há equipas a precisarem de avançados e para mim o mais importante é continuar a divertir-me ", desconversou, voltando a rematar ao lado quando lhe perguntaram se o Real Madrid é um sonho: "Há uma equipa europeia pela qual torço, mas não vale a pensa dizer nada, porque se um dia for jogar para o rival, vão logo recordar essa história".
O vermelho em Turim e a pressão de CR7
A eliminatória com a Juventus foi descrita pelo goleador como o momento mais marcante da época. No Dragão marcou um golo. Em Turim começou por sofrer um penálti, mas terminou expulso. "A nossa primeira parte foi muito boa. Ganhei um penálti, marcámos e tivemos outras hipóteses de golo. Na segunda parte, fui expulso. Penso que não foi justo. O árbitro foi covarde, não ia dar cartão, mas foi pressionado por Ronaldo e outros jogadores. Não se costuma expulsar um jogador daquela forma, especialmente tendo visto o primeiro amarelo poucos minutos antes. De qualquer forma, para mim foi uma lição", comentou. O apuramento foi garantido, mas a camisola de Ronaldo, que lhe estava prometida, não. "O Pepe disse-me que ele estava triste e era mau insistir. Mas em breve o Pepe vai conseguir, talvez da seleção portuguesa", acredita.
Por fim, o jogador aproveitou para criticar algumas decisões recentes da Federação iraniana, nomeadamente a propósito da segurança sanitária. "A Seleção cancelou muitos jogos, mas não antecipou a última jornada da liga para podermos treinar mais num momento crítico em que temos mesmo de ganhar. O treinador está a esforçar-se, mas não tem muito tempo. Sobre a presença de adeptos perto da equipa. o nosso trabalho implica respeitá-los, tirar fotos e dar autógrafos. Mas nesta situação, se algum apanha covid-19, é provável que espalhe ao resto da equipa. Deviam planear isto de forma mais segura", apontou.