Taremi fala da mudança para o FC Porto: "Acho que estou no local certo na hora certa"

Taremi foi o melhor marcador do FC Porto na época de estreia no clube, mas quer mais para 2021/22. Somar títulos coletivos é o objetivo principal e acredita que pode ajudar com os seus golos e assistências.

Em exclusivo para O JOGO, o iraniano diz que é possível fazer ainda melhor na Liga dos Campeões e não esconde a ansiedade por ver o Dragão com adeptos nas bancadas.

Com a pré-época quase a terminar, que impressões ficou dos treinos e deste grupo de trabalho?
-Tenho de dizer que esta é a primeira pré-temporada da minha carreira desde que sou jogador. Por causa de compromissos da seleção, nunca tive este período. Está a correr muito bem, temos trabalhado duro, alguns jogadores chegaram há pouco porque estiveram na Copa América e o Corona ainda está na Gold Cup. No geral, posso dizer que está a ser uma grande pré-temporada. Estamos cansados, mas de uma forma boa porque sabemos que é importante para, quando começar a época, estarmos prontos para atacar todas as competições. Queremos conquistar todos os títulos.

O Taremi esteve na seleção e começou mais tarde a pré-época. Fisicamente sente-se preparado para começar a marcar golos no início da época?
-O meu trabalho é esse, marcar. Como qualquer avançado procuro os golos. Espero conseguir ajudar bastante a equipa, seja com golos ou com assistências, de todas as formas que puder. Mas espero marcar golos desde o início até ao fim da temporada.

Por falar em golos, a bicicleta com o Chelsea já tinha sido o melhor golo da Champions, agora é o melhor golo do ano da UEFA. Vai ganhar o prémio Puskas ou já viu algum golo mais bonito?
-Não sei... É difícil. Depende sempre de quem vota para este tipo de competições, de quem vai decidir o Prémio Puskas. Não é minha a decisão. Importante é as pessoas gostarem. Acredito que posso ganhar esse prémio, talvez o mereça... Não sei, veremos.

Ser o melhor marcador do campeonato é uma coisa em que pensa?
-Claro, por que não? Trabalho bastante com esse objetivo diariamente, nos treinos, para ajudar a equipa com golos e conseguir este prémio.

Como é que um avançado lida com fases em que a bola parece que não quer entrar? É um desafio sobretudo mental?
Por causa da minha personalidade, fico sempre chateado quando passo um jogo sem marcar, mas sei que tenho de trabalhar duro para marcar no seguinte. Mas é normal, para qualquer avançado no mundo, passar por um período sem marcar. É impossível marcar sempre, basta ter um pouco de azar e passas cinco ou seis jogos em branco. Mas não tenho problemas com isso, porque sei que posso dar a volta à situação e marcar. É uma situação normal em qualquer jogador.

Toda a gente diz que chegou tarde à Europa. Está arrependido de ter adiado esta mudança?
-Talvez sim, talvez não. No fundo, depende de onde nasceste. Se és português, ou europeu, é mais fácil estar num clube como o FC Porto, ou noutro clube que seja de topo. Para quem é da Ásia ou de África é muito mais difícil chegar a um clube de topo. Porque quando começas a perceber o jogo e a aparecer já tens uma idade mais avançada. Gostaria de ter vindo para Europa mais cedo. Tentei, mas não foi possível. Mas agora isso não é importante, o que importa é que estou aqui e estou feliz. Não tenho qualquer problema por ter chegado aos 27 anos, estou a desfrutar do momento, do futebol. Acho que estou no local certo na hora certa.