Tarantini festejou a subida à Liga 3 na época de estreia como treinador principal. Quer continuar a ajudar o clube a crescer e conquistar coisas que não conseguiu como jogador. Toma decisões assertivas e ponderadas, dois dos ingredientes que o levaram a aceitar o convite paredense. Tem contrato até 2026.
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“Cansado”, foi a primeira palavra que Tarantini utilizou quando atendeu o telefone à reportagem de O JOGO, um dia após ter conseguido a subida à Liga 3 pelo Paredes. O antigo jogador teve estreia bem-sucedida como treinador principal e pretende subir degraus. “Quero aprender rápido e chegar lá acima”, resumiu. No entanto, o desejo contém uma enorme dose de ponderação. “Gosto de dar passos seguros, de ser bem estruturado, de estudar. Sou um treinador com muita fome de vencer e de alcançar coisas que não consegui como jogador”, atirou.
Essa preocupação em fazer as coisas de forma sustentada levou-o a Paredes, onde encontrou um clube que o fez lembrar-se de Nuno Espírito Santo. “Antes de aceitar o convite fui ver o que tinha sido o Paredes nos anos anteriores e constatei que um presidente tinha mantido o treinador durante sete anos... Isso já não existe”, contou. “A entrada do Rui Caetano como investidor, que foi jogador e é muito ambicioso, deu-me dados que poderia fazer algo com a tranquilidade que procuro. O ‘feeling’ que tive foi o mesmo que senti quando o Nuno Espírito Santo entrou no Rio Ave, em 2012”, comentou. Assume que ir para o Campeonato de Portugal e deixar de ser adjunto no Famalicão, na I Liga, foi “um risco”, mas que o voltaria a correr. “Foi a melhor escolha que fiz”, sintetizou.
Dentro dos relvados, pintou a carreira com mais de 600 jogos. Disputou finais de taças, provas europeias, mas teve sensações diferentes durante os 90 minutos em que precisava de pontuar frente ao Marco 09 (0-0) para assegurar a Liga 3. “O jogo estava perigoso. Tentei estar sempre o mais tranquilo possível, mas o play-off do CdP é duro, os últimos seis encontros são todos de nível alto”, sustentou. Para 2025/26, a meta passa por continuar a “profissionalizar” o Paredes. “Este foi o ano zero, com o Rui Caetano como investidor, mas mesmo com o presidente Pedro Silva o trabalho já era sustentado. Quando começámos a trabalhar, sabíamos que não podíamos fugir do objetivo de subida. Subir no primeiro ano foi a cereja no topo do bolo”, realçou. Com mais um ano de contrato, quer “dar passos certos” e Paredes é “o sítio ideal”. A Liga 3 é o desafio que segue.