O afastamento precoce ante o Tondela recolocou a equipa em linha com um trajeto pouco feliz na prova.
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Não está a ser fácil o início da carreira de Paulo Turra como treinador do V. Guimarães.
O discurso realista após o afastamento precoce da Taça da Liga, troféu que o técnico brasileiro, na véspera, assumira pretender conquistar, revela que ainda há muitas arestas para limar. Dotar a equipa de maior resiliência perante desafios a eliminar é uma delas.
Paulo Turra pediu desculpas pela derrota frente ao Tondela e, também, pela passividade da equipa em encontrar soluções para afirmar o estatuto de favorito. A Taça da Liga parece constituir uma prova de obstáculos para o V. Guimarães. Em 16 anos, desde que a competição foi lançada pela Liga, os vitorianos disputaram apenas duas meias-finais (2008/09 e 2019/20). Ou seja, foi o melhor que conseguiram.
A este registo junta-se uma passagem aos quartos de final ( 2020/21). No geral, o V. Guimarães não foi além das eliminatórias ou da fase de grupos .
Ao todo, já a contar com a receção ao Tondela, são 48 jogos dos quais resulta uma relação negativa entre vitórias/derrotas (14 versus 19), de permeio consentiram 15 empates. Se detalharmos estes números, verificamos que jogar no Estadio D. Afonso Henriques, o tal "caldeirão" de que falava Turra na antevisão, não será um fator estimulante: em 24 confrontos, apenas 29 por cento resultaram em vitórias (7), e a maior percentagem das derrotas sofridas surge na condição de anfitriões. O palmarés na Taça de Portugal, considerando as mesmas condições, é mais positivo. 97 vitorias (70%, em 138 jogos, e 33 derrotas). Naturalmente que existe aqui uma desproporção, até pela antiguidade da prova da FPF por comparação com a da Liga.
Os adeptos reagiram mal à eliminação da Taça da Liga, numa altura em que a equipa tenta reerguer-se do supetão sofrido na Liga Conferência. Paulo Turra foi o primeiro a reconhecer que tem "uma grande equipa, que luta sempre para ficar entre os primeiros" e que dispõe de "uma estrutura espetacular, com todas as condições. Temos de saber lidar com esta situação. Não precisamos de apoio psicológico. Não somos coitadinhos", disse no final da derrota com o Tondela.