Ex-Sporting não se arrepende do percurso em Alvalade, continua a torcer pelo clube e diz que há qualidade para superar os maus resultados.
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Foi já nos últimos dias do mercado que Tabata acertou a transferência para o Palmeiras, onde acabou por se sagrar campeão, sob o comando de Abel Ferreira. Em entrevista a O JOGO, o atacante falou do momento dos leões e das suas ambições para o futuro.
O Sporting vive uma crise profunda. Tem ideia por que razão a equipa caiu tanto de um ano para o outro?
- As pessoas são competentes e sabem o que faltou no planeamento da temporada. Acho que não é uma coisa que se resolva do dia para a noite. O futebol só se resolve com vitórias e eu acho que assim que o Sporting tiver uma boa sequência de vitórias no campeonato vai voltar tudo a correr bem. A época nunca vai terminar como se esperava porque se calhar todos queriam passar aos oitavos da Champions, queriam ganhar a Taça de Portugal, queriam ganhar o campeonato... o que com a vantagem do Benfica parece difícil. Mas acho que ainda há tempo para que sejam cumpridos alguns objetivos. Torço para que o Sporting volte ao rumo das vitórias.
Admite que possa haver algum cansaço dos jogadores em relação ao Rúben Amorim?
- Acho que não há cansaço. No futebol, num clube grande, a responsabilidade é enorme e quando não se ganha é complicado, porque começa a haver alguma contestação. Mas acho que o Rúben é competente e o projeto está completamente dominado por ele. Penso que ele tem tudo para dar a volta por cima e levar o Sporting ao lugar que merece, que é no topo da tabela.
Foi campeão pelo Sporting e agora pelo Palmeiras. Parece que estava a adivinhar...
- É sempre importante ser campeão. Por vezes, os atletas jogam durante quinze anos e não ganham títulos e eu tive a oportunidade de conquistá-los em todos os clubes onde estive. Acho que é importante, pois o futebol é um desporto coletivo e os títulos são a expressão do coletivo. Fico feliz por ter deixado o meu nome na história do Sporting e agora estou a deixar o meu nome na história do Palmeiras. Quando se conquista um título, as pessoas lembram-se sempre. Ganhar títulos por Sporting e Palmeiras é sempre legal.
No Sporting jogou pouco e no Palmeiras a situação não foi muito diferente. O que se passou para não ter tido mais minutos de competição?
- Estou numa fase de aprendizagem, apesar de estar no meu país. Não nos podemos esquecer que estive seis anos em Portugal e aí as coisas são diferentes. Esta época, aqui, ganhei o campeonato brasileiro, gostaria muito de ter ganho também a Libertadores, mas não aconteceu... De qualquer forma, defino este ano como o ano de aprendizagem.
O apelo do Palmeiras foi mais forte do que o Sporting, sabendo-se que Rúben Amorim gostaria que permanecesse no plantel?
- A decisão foi minha e passou muito pela minha vontade de encontrar algo de novo. Passei ótimos momentos no Sporting e guardarei sempre no meu coração essas lembranças. Recordar-me-ei de todas as noites, tardes, manhãs, que vesti essa camisola. Sou muito grato por tudo. Quero construir também uma história dentro do Palmeiras.
Quem o convenceu a assinar pelo Palmeiras?
- Foram variadíssimos fatores. O projeto, o clube, a história... O Palmeiras é um dos maiores clubes do Brasil e da América e tem mostrado isso, dia após dia, dentro de campo. Estamos felizes, somos um elenco unido e com muita capacidade.
"Perder o Matheus é ruim em qualquer equipa"
Tabata concorda que a venda de Matheus Nunes ao Wolverhampton foi um rude golpe para os leões. "Perder o Matheus é ruim para qualquer equipa. É um jogador muito completo, versátil e inova a posição em que atua, com muita qualidade e técnica. Não foi à toa que foi para a Premier League e para um clube forte dentro do cenário inglês. Matheus fez um bom papel dentro da equipa e também foi importante para nossas conquistas naquela época", comentou sobre o ex-colega.