"Surpreendeu-me a não suspensão da pena de Fernando Madureira, houve penas mais altas"
Advogada de Fernando Saul, Cristiana Carvalho, após conhecidas as medidas de coação no âmbito da Operação Pretoriano
Corpo do artigo
Cristiana Carvalho, advogada de Fernando Saul, abordou a absolvição do seu cliente de todos os crimes, bem como as condenações dos restantes arguidos [com exceção também de José Dias], no âmbito da Operação Pretoriano.
“Surpreendeu-me a não suspensão da pena de Fernando Madureira. Acho que não faz grande sentido, até porque houve arguidos com penas mais altas e que foram suspensas. Não consigo compreender. Mas o que me interessa é o meu cliente", começou por dizer aos jornalistas na saída do tribunal.
"Estou muito feliz, acabou esta etapa. Recurso? Espero que não, é tão óbvia a falta de priva em relação a ele… É a chamada chapada de luva branca para quem tanto apregoou que Fernando Saul era o mentor de tudo isto", concluiu.
Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, foi esta quinta-feira condenado a três anos e nove meses de prisão efetiva, no âmbito da Operação Pretoriano, relacionada com os incidentes na Assembleia Geral (AG) do FC Porto de novembro de 2023.
O coletivo de juízes do Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto, deu como provada a existência de um "plano criminoso" para "criar um clima de intimidação e medo" na AG, na qual ocorreram confrontos e agressões, para garantir a aprovação da proposta de alteração dos estatutos do clube, do "interesse da direção" então liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa.
Fernando Madureira, que teve um papel de liderança e, portanto, uma pena mais agravada do que os restantes arguidos, fica ainda proibido de entrar em recintos desportivos durante dois anos.
Já a mulher de Fernando Madureira, Sandra Madureira, foi condenada a dois anos e oito meses de prisão com pena suspensa, sofrendo a mesma proibição de frequentar recintos desportivos, por um período de seis meses.