UM LEÃO DE BETÃO ARMADO (parte 1) - O JOGO explica-lhe o porquê de em Alvalade morar a defesa menos batida em Portugal. Cunho... de Rúben Amorim
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Líder isolado da I Liga com quatro pontos de avanço sobre Braga e Benfica, o Sporting vai entrar na oitava jornada com o melhor ataque e a defesa mais sólida da competição. Os números dos leões na competição ilustram uma tendência de maior eficácia na proteção da sua baliza desde a chegada de Rúben Amorim, para quem foi ponto de partida ter uma equipa imaculada atrás.
Desde a chegada de Rúben Amorim, o Sporting sofreu 12 golos em 18 duelos: 0,66 por jogo
As goleadas consecutivas por 4-0 nas últimas duas jornadas, frente a Tondela e V. Guimarães, ajudam a explicar a supremacia na questão da pontaria, enquanto o registo defensivo (quatro golos sofridos em sete jornadas) convida a uma análise mais profunda e extensível aos primeiros tempos de Rúben Amorim no comando dos leões.
Desde a primeira hora que o treinador contratado ao Braga se focou no trabalho específico para fechar a sua baliza a cadeado e os números registados durante a "era Amorim" têm mostrado a evolução do Sporting nesse capítulo, sobretudo ao nível da concentração, do posicionamento e da agressividade.
O "salto" qualitativo é visível numa ótica de coletivo - com avançados, interiores e laterais mais conscientes das suas tarefas no processo defensivo -, até porque os números dos centrais (ver peça à parte) nem acompanham esta tendência de crescimento.
O decréscimo no número de faltas cometidas em relação aos onze jogos disputados sob o comando de Amorim em 2019/2020 podia indiciar uma versão menos feroz do leão, mas a agressividade foi toda colocada nas disputas de bola: na presente temporada, a equipa do Sporting regista 57,5% de duelos defensivos ganhos e 56,8% de duelos aéreos ganhos contra os 55,7% e 54,8%, respetivamente, dos últimos 11 embates de 2019/2020.
Nas sete primeiras jornadas de 2019/2020, o Sporting sofreu nove golos contra os quatro de 2020/2021
O maior sentido posicional dos homens com o leão ao peito está "escrito" na forma como aumentou o número de interceções: 42,3 por jogo na presente temporada contra as 34,5 por jogo registadas nos encontros da última época sob o comando de Rúben Amorim. Por fim, a diminuição do número de alívios (13,4 contra 14,4) e de carrinhos bem sucedidos (39,3% contra 45,3%) na presente temporada mostra uma equipa mais segura, sem chegar aos "limites" para defender a sua baliza e preocupada, desde a primeira hora, em consentir poucos remates à baliza.
Palhinha foi a "cola" da fórmula mágica
Contratados estes defeso, o guardião Adán, o lateral Pedro Porro e o central Feddal encaixaram, como uma luva, nas ideias do 3x4x3 que reina em Alvalade, mas nenhum deles teve o mesmo impacto que um jogador repescado à última hora para os planos de Rúben Após terem caído as opções para a sua saída, João Palhinha foi reintegrado no plantel principal do Sporting e não demorou a tornar-se na primeira escolha na posição de médio-defensivo, onde as suas características se revelaram mais eficazes que as de Matheus Nunes na proteção da baliza de Adán.
Reforços: Adán, Feddal e Porro pegaram de estaca na defesa
Na senda do primeiro ano de Jesus
O melhor registo defensivo da I Liga à entrada da oitava jornada, com quatro golos sofridos, convida os leões a pensarem no objetivo de manterem essa liderança até final da prova, algo que não acontece desde 2015/2016.
À época, no ano de estreia de Jorge Jesus em Alvalade, o Sporting terminou o campeonato em segundo lugar a um ponto do campeão Benfica, com apenas 21 golos sofridos, mesmo trocando toda a defesa a meio da prova: João Pereira, Paulo Oliveira, Naldo e Jefferson deram lugar a Schelotto, Coates, Rúben Semedo e Zeegelaar.
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