"Subir não é o nosso objetivo primário, mas vamos lutar até ao fim"

Harramiz foi uma das contratações de peso do 1.º Dezembro no mercado de inverno, fruto da larga experiência em clubes da II Liga mas também por passar pela formação do Benfica e pela I Liga, ao serviço do Tondela. O avançado, internacional por S. Tomé e Príncipe, chegou aos sintrenses cedido pelo Alverca e já fez mais jogos (sete contra cinco) do que na primeira metade da época, tendo ainda marcado um golo. A equipa orientada por Pedro Caneco disputa pela primeira vez a fase de subida e está a apenas três pontos do segundo lugar, ocupado pelo Sporting B, estando tudo em aberto para as últimas seis jornadas.

No Alverca fez apenas cinco jogos esta época e agora já vai em sete. Sente-se mais feliz em Sintra?

—Não tem sido uma época fácil, pois houve algumas lesões desde a pré-época. Acabei por ter alguns problemas no Alverca, onde, basicamente, não contava. Vir para cá deu-me a oportunidade de jogar mais, por isso acredito que tomei a decisão certa. Ainda não estou a cem por cento porque fiquei muito tempo sem jogar e recentemente tive uma rotura. Recuperei e voltei a ressentir-me neste jogo contra o Fafe, mas acredito que recupere a tempo do próximo, contra o Belenenses.

No ano passado disputou a fase de subida pelo Alverca e foi campeão da Liga 3. Como definiria uma nova subida?

—Tenho esse objetivo pessoal, o grupo também. Nesta fase, todos sonham com isso. Inicialmente não era esse o nosso pensamento, era apenas disputar cada jogo para tentar ganhar, mas nesta fase todos acreditam na subida. Se conseguirmos juntar isso aos nossos desempenhos, seria ótimo. Gosto bastante da Liga 3, acho que tem crescido muito e daqui saem muitos bons jogadores para outros patamares.

O Alverca também acalenta a esperança de subir à I Liga, tem acompanhado o percurso deles?

—Tenho acompanhado os jogos. Vejo quase sempre e acredito que podem subir à I Liga. Têm um grupo e uma estrutura muito fortes. Estou a torcer para que consigam.

No futuro, a ideia passa por continuar aqui ou regressar ao anterior clube?

—Não acredito que vá regressar. Estive lá quase sem jogar devido à estrutura e o meu contrato termina no fim desta época, por isso acredito que seguiremos caminhos diferentes. Ainda não é altura para falar do futuro, mas havendo a possibilidade de continuar no 1.º Dezembro ficaria feliz.

Pela sua experiência, o que pode acrescentar a este grupo?

—O ataque à baliza, dar mais objetividade, estar mais perto da área. Ajudar nos processos ofensivos com a minha velocidade, força, jogo aéreo e matreirice, porque temos um grupo jovem e às vezes é preciso ser um rato de área. Vou tentar fazer golos e ser mais uma opção para a frente, pois temos um grupo bom, que joga bem. Apesar de nos últimos jogos não termos estado ao nosso melhor nível, acredito que mais cedo ou mais tarde vamos entrar numa boa fase. Agora é preciso dar continuidade a esta vitória contra o Fafe.

Qual foi a chave para derrotar o Fafe e ultrapassar a má fase?

—Foi a mentalidade com que entrámos para este jogo. Não estávamos numa boa fase, vínhamos de quatro derrotas seguidas, mas unimo-nos durante a semana. Falámos entre nós e também com o treinador para arranjarmos soluções para contornar a situação. Felizmente, conseguimos a vitória e esperamos continuar assim nos próximos jogos.

É a primeira vez que o 1.º Dezembro está a disputar a fase de subida. Há qualidade para atingir a II Liga?

—Temos um grupo bastante coeso, desde a baliza ao ataque. Subir não é o nosso objetivo primário, mas vamos lutar até ao fim. Se conseguirmos, seria ótimo.

Passaram do último lugar para o penúltimo e estão a três pontos do segundo. Isto prova que todos podem acreditar?

—Sem dúvida! Ainda há 18 pontos até ao fim, tudo pode acontecer, e isso dá-nos motivação extra para continuar a lutar até ao final. O Lourosa é a única equipa que está mais destacada. Quem for mais competente até ao final vai conseguir esse objetivo. É o que vamos tentar fazer.