Com contrato até 2026, treinador escocês revelou que se tem reunido com a SAD axadrezada, avaliando o rigor financeiro que terá de existir
Corpo do artigo
Apesar de o Boavista ter descido à II Liga, Stuart Baxter encara seriamente a possibilidade de continuar no Bessa. O treinador escocês tem contrato até 2026, mas está a negociar com a SAD presidida por Fary Faye, até porque a descida obriga a um apertado rigor financeiro. “Ainda estamos a discutir. Todas as despesas são examinadas, incluindo a dos treinadores. Todos querem que eu fique. O dono quer, os jogadores querem e eu quero ficar para tentar concretizar esse projeto [subida de divisão]. Pode ser um projeto muito interessante”, declarou Stuart Baxter ao portal sueco “Fotbollskanalen”.
Além do rigor financeiro, premissa inegociável para o Conselho de Administração da SAD presidida por Fary, o que permite, por exemplo, que os ordenados dos jogadores e dos funcionários estejam todos em dia, Stuart Baxter lembra que o caminho de volta à I Liga “começa do zero novamente”. Um recomeço que terá de ser na II Liga, depois de o clube ter falhado a permanência na última jornada. Stuart Baxter assume a desilusão. “Foi uma grande deceção para mim. Quase cumprimos o trabalho e ficámos perto de uma vaga de classificação [para o play-off]. Vencemos os jogos quando estávamos com a faca na garganta. Depois, pressionámos o FC Porto no dérbi e deveríamos ter feito o 2-2 no segundo tempo. Mas não dá para ficar chateado por não ter vencido o FC Porto. Nessa jornada, os outros dois últimos classificados [Aves SAD e Farense] também conseguiram resultados do nada”, lembra.
Certo é que o Boavista partiu para a última jornada a depender apenas de si, mas perdeu, 4-1, em Arouca, e não beneficiou das derrotas dos adversários diretos. “Senti que se tivéssemos feito a nossa parte, as outras equipas não conseguiriam lidar com a situação”, lamenta. Baxter recordou a presença massiva de adeptos em Arouca e a confusão no final do jogo. “Tivemos três mil adeptos que foram connosco, e geralmente são cerca de três mil em casa. Podem imaginar o caos que foi. Como pessoa do futebol, não gosto, mas percebo, que tenham de expressar a sua insatisfação, que já durava há algum tempo. Não foi nada contra mim, contra o presidente ou contra os jogadores. Foi uma forma de os adeptos libertarem a frustração que durava há alguns anos. Mas foi tudo muito intenso, até precisámos de escolta policial, porque atiraram-nos pedras”, contou.
“Sporting? São incrivelmente bons
”Mal foi anunciado como treinador do Boavista, e sabendo que a estreia em casa seria contra o Sporting, Stuart Baxter disse, em jeito de brincadeira, que a forma de travar Gyokeres seria estacionar autocarros, mas os leões golearam (5-0) e o avançado sueco marcou quatro golos. “Eles são incrivelmente bons em espaços curtos na zona do penálti. É por isso que Gyokeres fez tanto sucesso, porque eles são incrivelmente bons a jogar para ele. Ao sofrer cedo o primeiro golo, precisávamos de atacar para vencer o jogo. Não era preciso ser um génio para perceber que não ia acabar bem...”, recordou o treinador do Boavista.