Médio brilhou na estreia a titular esta época e centrou atenções no Canadá. Líder da Casa do FC Porto de Toronto fala numa "inspiração para os mais jovens"
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Ao sexto jogo da época, Stephen Eustáquio entrou no onze do FC Porto e a forma como o fez dificilmente podia ter sido mais convincente.
O 46 dos dragões correspondeu à chamada ao onze, materializando o trabalho levado a cabo nas férias em que preferiu ficar em Portugal para aprimorar a condição física. Lançado para Madrid.
Autor das assistências para os dois golos dos dragões, o médio foi uma das peças mais influentes na vitória (2-0) sobre o Gil Vicente, numa exibição que lhe deve valer nova presença na equipa em Madrid, quarta-feira, e que teve impacto no universo portista, atravessando o Atlântico. A mais de cinco mil quilómetros de distância, na Casa do FC Porto de Toronto, dezenas de olhos seguiram atentamente o internacional canadiano no encontro de Barcelos.
"Naturalmente, foi tema de falatório por aqui, com a casa cheia. Mostrou que está em forma, fez um grande jogo. As pessoas interessam-se, principalmente os canadianos. Interessa-lhes saber mais sobre o Eustáquio e ficam orgulhosos por vê-lo num clube como o FC Porto. Agora, têm mais razões para sorrir, visto que fez uma grande exibição", relata, a O JOGO, Armindo Cardoso, presidente da filial portista no Canadá.
Ofertas: luso-canadiano saiu do terreno do Gil Vicente com duas assistências
Num país em que o futebol está longe de ser o desporto-rei, o interesse da população tem aumentado por força da subida de patamar da seleção. Pela primeira vez em 36 anos, os "canucks" vão disputar a fase final de um Mundial e, salvo algum imprevisto, Eustáquio terá presença garantida nos convocados, outro passo para reforçar o estatuto que já goza entre compatriotas.
"A transferência para o FC Porto impactou, sobretudo, a malta mais jovem. Começaram a interessar-se e a aderir mais ao futebol. É uma inspiração para os miúdos, que ficam felizes com o sucesso dele", conta Armindo Cardoso, para quem um dia de jogo do FC Porto é sinónimo de "casa cheia". "Para nós, os jogos são à tarde, porque estamos cinco horas atrás de Portugal, e ao fim de semana temos sempre muita gente. Em dia de jogo grande, ficamos a abarrotar", explica. A cereja no topo do bolo seria, no futuro próximo, receber uma visita especial. "Já tive a oportunidade de convidar o Eustáquio para vir à casa de Toronto, mas não se proporcionou. Aliás, aproveito para reforçar o convite. Se houver uma hipótese de convívio, cá o esperamos", atira Armindo.
Internacional pelo Canadá em 24 ocasiões, Eustáquio é uma das principais figuras dos "canucks" e, a menos que surja algum imprevisto, tem presença garantida no Mundial.
Pode dizer-se que a perseverança de Stephen compensou. Os cinco jogos anteriores, que começou no banco, não abalaram a crença do camisola 46, que esperou por uma oportunidade para colher os frutos que foi semeando. Durante as férias, sabe O JOGO, o médio preferiu manter-se por Portugal para, com o aconselhamento de treinadores pessoais, arrancar a época em condição física plena. Os sinais deixados por Sérgio Conceição desde 2021/22 foram sempre positivos e nem as abordagens exploratórias de clubes estrangeiros desviaram o foco do objetivo de continuar de dragão ao peito, confiante de que a ativação da opção de compra seria, como se verificou, uma questão de tempo. Quando o momento chegou, Eustáquio deu uma resposta à altura, apontando, agora, a um novo desafio: a estreia na Liga dos Campeões, que deve acontecer na quarta-feira, em Madrid.
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Pressão subida e o maior pulmão em Barcelos
A exibição de Eustáquio contra o Gil Vicente não se resumiu aos passes para golo. Além dessas duas ações decisivas, o médio foi essencial para equilibrar o miolo e também deu nas vistas pela pressão que levou a cabo em zonas subidas do terreno.
Stephen somou seis recuperações de bola ao longo dos 90', todas elas no meio-campo gilista. Como se não bastasse, mostrou ter fôlego para dar e vender: com 12,3 quilómetros percorridos, foi o jogador que mais distância cobriu em Barcelos, a par de Fujimoto, médio dos anfitriões.
A título de exemplo comparativo, podemos dizer que no clássico entre FC Porto e Sporting, à partida um duelo bem mais intenso, o portista que mais correu foi o Uribe com 11,2 quilómetros.
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