Central está a finalizar processo no gabinete médico, mas terá muita reabilitação pela frente no relvado. Amorim vai ter cautelas; A equipa técnica ainda não sabe a real extensão do problema e o treino em Alcochete será adaptado ao pormenor para o neerlandês. Fisiologista David Rosa detalha o processo moroso a fazer.
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St. Juste está longe de ser opção de Rúben Amorim para o onze. O central está a terminar o processo de reabilitação clínica no departamento médico à lesão de que padece desde abril, aquando do jogo europeu com a Juventus, contraída há cinco meses e dois dias. No entanto, os dados físicos do jogador deixam a antever que precise de retomar os treinos com cautelas.
Como tal, Amorim, sabe O JOGO, não está a contar com o jogador para o onze a breve prazo e ainda não tem toda a informação médica da lesão muscular na perna esquerda do defesa, o que obrigará a uma avaliação cuidada em treino e sem pressas.
"Queremos reconstruir o jogador", disse Amorim já mais do que uma vez, tentando retirar a pressão que o próprio futebolista coloca nele mesmo de voltar a todo o gás. Com melhorias físicas antes de os jogadores irem de férias, o neerlandês achava que voltaria a treinar com normalidade em julho, mas reapareceu lesionado, situação que, segundo apurámos, espantou médicos e treinadores.
São 154 dias sem pisar o relvado, o maior período da carreira lesionado, mais do que na altura em que foi operado aos ombros. Com 12 jogos perdidos desde o final de 2022/23 até agora, o neerlandês vai igualar este domingo o maior jejum de convocatórias (13), alcançado no Feyenoord, em 2017/18. São seis lesões somadas no Sporting, cinco delas com paragem superior a 14 dias. Vai em 261 dias fora de combate desde que assinou pelos leões, um martírio, acima de tudo, muscular, diferente do calvário nos ombros, tanto nos Países Baixos como na Alemanha.
St. Juste quer voltar o quanto antes às opções, mas sabe que a capacidade de Diomande é hoje um impedimento ao regresso como titular, tal como O JOGO noticiou. No entanto, a ida do costa-marfinense à Taça das Nações Africanas, que arranca a 13 de janeiro, é provável neste momento. Isso abriria a porta ao neerlandês. Chegar a esse momento em condições ótimas é o objetivo.
Carga física para dosear e dados sempre avaliados
O JOGO conversou com o fisiologista David Rosa, da AlfraClinic, que considera "natural" que os "índices físicos do jogador regridam enquanto está parado", realçando que há trabalho que pode ser desenvolvido. "É possível trabalhar os aspetos cardiovasculares com exercícios que não interfiram diretamente com o membro lesionado. Durante este tipo de treino procuram-se atingir valores altos na frequência cardíaca. E também toda a musculatura superior, tanto na força máxima como na potência", detalha o ex-jogador de Casa Pia, Real SC e Torreense.
"A progressão deve ser feita tanto no ginásio com o aumento das cargas externas, como no crescimento dos valores que cada departamento de médico define como desejáveis para voltar a jogar. Acelerações e desacelerações como exercício dão indicadores de que o jogador pode estar perto dos valores anteriores à lesão. O clube monitoriza os dados e será mais fácil. Por exemplo, pode estabelecer-se em treino que ele deve fazer metade das acelerações que faz num jogo ou atingir 70% da velocidade máxima. Isto para voltar aos níveis anteriores à lesão", precisa, deixando o conselho de se adaptar o esforço: "Depois da alta médica, ou mesmo durante o processo de recuperação, é importante existir uma progressão controlada da carga física".
Cárdio na piscina, piano e atenção às finanças
St. Juste tem estado diariamente em Alcochete a reabilitar-se. Faz ainda trabalho cardiovascular na piscina da sua residência. Enquanto está fora das opções, dedica tempo à família e a alguns passatempos: recebe lições de piano, está atento à economia mundial e é parceiro de uma empresa de gestão e investimento que se dedica a ajudar os atletas a capitalizar os seus ganhos.
Presença de Diomande na CAN é boa oportunidade
St. Juste quer voltar o quanto antes às opções, mas sabe que a capacidade de Diomande é hoje um impedimento ao regresso como titular, tal como O JOGO noticiou. No entanto, a ida do costa-marfinense à Taça das Nações Africanas, que arranca a 13 de janeiro, é provável neste momento. Isso abriria a porta ao neerlandês. Chegar a esse momento em condições ótimas é o objetivo.