St. Juste e a despromoção: "Descobri que ia para a equipa B pelos jornais"

Jeremiah St. Juste confessou, ontem, que soube que iria ser despromovido para a equipa B leonina através da imprensa. Num longo comunicado partilhado na rede social Instagram, o defesa-central neerlandês garantiu que aceitou propostas contratuais de vários clubes alemães, mas, ainda assim, explicou que o iminente nascimento da sua filha o levou a aceitar a possibilidade de ficar no clube.

Leia o comunicado:

“Nos últimos meses, muito tem sido escrito sobre a minha situação no Sporting. Sinto que chegou a altura de contar o meu lado da história com total transparência. Na abertura do mercado de transferências, o clube disse-me que eu não precisava de sair, porque o treinador contava comigo para esta época. No entanto, quando a temporada começou, eu deixei de ser convocado. Ninguém, do staff ou a equipa técnica, falou comigo sobre a situação. Evitaram-me. Ao mesmo tempo, o clube disse aos meus irmãos, que são, também, os meus agentes, que o Sporting me queria vender, porque estava na última época de contrato. Um ano depois de chegar ao Sporting, surgiu uma oportunidade para me juntar a clube de topo da Alemanha, mas o Sporting deixou claro que o meu passe não estava à venda, e obrigou-me a cumprir o meu contrato. Percebi a situação, e não criei qualquer problema com este tema. 
Por muito que eu ame o Sporting, e por muito triste que fique por não ter dado aos adeptos aquilo que eles mereciam, devido a lesões, eu percebi a mensagem. Nas últimas semanas do mercado, trabalhámos afincadamente para encontrar uma solução. Viajei para Osasuna, para conhecer o clube, mas a estrutura do contrato, por razões legais e fiscais, tornou um acordo impossível. Cheguei a acordo com vários clubes alemães, mas o Sporting apenas chegou a acordo com o Union Berlim. Durante uma semana, estive de malas feitas, à espera da luz verde para viajar. Dois dias antes do fecho do mercado, foi-me dito [presumivelmente pelo Union Berlim] que teriam de vender outro jogador [Diogo Leite foi apontado à saída]. Isto não aconteceu, e a transferência caiu. 
No seguimento, surgiram notícias na imprensa, a dar conta de que eu rejeitei o contrato por razões financeiras. É uma mentira total. Já tínhamos chegado a acordo uma semana antes. 
Depois disto, falei diretamente com a direção pela primeira vez. Expliquei que existiria uma forte possibilidade de ficar no clube, porque a minha filha estaria prestes a nascer em Lisboa, algo que seria muito importante para mim. A direção concordou e disse, claramente: ‘Tens contrato com o Sporting, por isso podes ficar, se quiseres’ “
Hoje, treinei, de forma feliz, com os meus colegas, mas, quando cheguei a casa, fui assoberbado por mensagens. Através da imprensa, descobri que tinha sido despromovido para a equipa B. Descobri através dos jornais. Um pouco mais tarde, o meu irmão foi informado pela direção de que eu teria de ficar na equipa B, ou procurar alternativas no Médio Oriente. Isto ocorreu dias depois de me dizerem que percebiam perfeitamente a minha decisão de ficar para o nascimento da minha filha. 
Respeito o clube, o treinador, e, acima de tudo, todos os adeptos, e só peço respeito de volta. Posso vergar, mas não vou quebrar. O verde e branco corre-me pelas veias, por isso, vou usar a camisola da equipa B com orgulho.”