Internacional uruguaio tem vínculo válido até 2022 e os dirigentes leoninos até admitem a saída caso não consigam os seus objetivos. Mas a disponibilidade para vender fica-se pelos 20 M€.
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A renovação do vínculo laboral por mais duas temporadas com Sebastián Coates, segundo O JOGO apurou, é a solução que a administração da SAD, liderada por Frederico Varandas, pretende propor ao defesa-central para que este aceite uma ligeira redução do vencimento que aufere em Alvalade, de modo a reenquadrá-lo nos pressupostos financeiros desejados pelos dirigentes leoninos.
Oferta de um novo contrato é solução pensada para que a SAD reduza salário do central em perto de 300 mil euros
A estratégia é simples e visa retirar cerca de 300 mil euros ao vencimento de 1,3 milhões de euros livres de impostos por temporada ao internacional uruguaio - que de momento está precisamente ao serviço da sua seleção, a qual iniciará a participação na Copa América amanhã frente ao Equador -, compensando-o com a colocação de mais dois anos de contrato em cima do atual vínculo, que, recorde-se, termina em 2022. Associada a esta operação estará, naturalmente, o pagamento de um prémio de assinatura.
Coates é um dos jogadores que, como o nosso jornal deu conta, ultrapassam o desejado teto salarial que os leões pretendem colocar numa ótica de ajustamento das receitas aos custos da sociedade, pelo que a manutenção de um dos sub-capitães no elenco à disposição de Marcel Keizer depende de um eventual reenquadramento financeiro que resulte de uma negociação futura.
Aliás, a SAD está naturalmente aberta à saída de Coates, até porque as soluções que possui para o centro da defesa são vastas (ver peça à parte), contudo o valor exigido até ao momento aos clubes que abordaram uma possível transferência do atleta de 28 anos é considerado excessivo, concretamente 20 milhões de euros - verba que, por exemplo, foi solicitada aos espanhóis do Valência quando sondaram através de um intermediário em que moldes um eventual negócio poderia ser concretizado.
A vontade de permanecer no clube, demonstrada pelo central após a final da Taça de Portugal, também está a ser tida em conta pelos responsáveis leoninos
Contudo, Coates, depois da conquista da Taça de Portugal frente ao FC Porto - numa época em que juntou mais uma Taça da Liga ao seu currículo -, deixou claro que a sua prioridade nesta fase da carreira passa pela estabilidade que diz sentir em Alvalade.
"Em Portugal, encontrei a estabilidade que me faltava. Sinto-me importante dentro do grupo e confortável no país, assim como a minha família. A minha prioridade é ficar", sublinhou então.
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Ora, precisamente perante este desejo expresso publicamente pelo jogador, juntando à equação a discrepância entre o pretendido pela SAD para o transferir e as abordagens recebidas, assim como o objetivo de reduzir parte da massa salarial associada ao futebol profissional, o elenco de Frederico Varandas encontrou na possível renovação do contrato com o atleta uma forma de agregar vontades.
Claro que o valor desportivo de Coates não é colocado em causa em Alvalade, mas a continuidade de Jérémy Mathieu - que prolongou por mais uma temporada a ligação laboral aos leões, na qual, também ele, aceitou reduzir o vencimento em cerca de 300 mil euros - aliviou os leões do perigo de uma reformulação total do eixo do sector mais recuado.
Coates, relembre-se, chegou a Alvalade em janeiro de 2016, então para o plantel comandado por Jorge Jesus, cedido por empréstimo do Liverpool tendo com o leão ao peito realizado até ao momento 160 jogos, nos quais contabilizou 14370 minutos e dez golos. No final dos primeiros seis meses em Alvalade, o Sporting avançou para a compra em definitivo dos direitos económicos e desportivos do central, a troco de cinco milhões de euros.
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