Objetivo era segurar o médio, mas a necessidade de fazer uma grande venda é mais forte e a SAD encara um cenário... indesejado.
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O tempo passa, a temporada oficial já começou - com a conquista da Supertaça frente ao Braga - e a SAD do Sporting continua sem fazer um grande encaixe no mercado de transferências, algo que é visto internamente como necessário e fundamental para a saúde e estabilização financeira do clube, pois nem as receitas previstas da Liga dos Campeões, quase a bater nos 30 milhões de euros, serão suficientes para enfrentar os encargos da sociedade.
Perante este cenário de dificuldade e austeridade, e depois de o mercado não corresponder aos anseios da SAD quanto aos valores pretendidos para a saída de Nuno Mendes, Matheus Nunes ou de Jovane, o plano está a mudar e agora é João Palhinha o jogador que pode ser "sacrificado".
Há cerca de dois anos que o Sporting recebe e recusa propostas para a venda do médio defensivo, como sucedeu primeiro com Lyon, Lille e Bétis, por valores a rondar os 10 e os 15 milhões respetivamente. Depois com o CSKA de Moscovo e os Wolves, estes por verbas dos 15 aos 20 milhões. Mais recentemente, também Manchester City, Manchester United, Leeds, Tottenham, Everton, Atlético de Madrid, Sevilha e Nápoles viram os seus nomes associados ao interesse no médio que fez uma temporada fantástica em 2020/21, ganhando uma vaga para integrar a Seleção de Portugal que esteve no Europeu. A boa época, na qual foi fundamental no campeão nacional acabando eleito para o onze ideal da Liga, aguçou ainda mais o apetite de colossos europeus e, ao que O JOGO apurou, à SAD chegaram sondagens já na ordem dos 30 milhões de euros. João Palhinha está, assim, na linha da frente para garantir o encaixe necessário pela SAD, mesmo que isso signifique perder uma unidade fulcral na equipa, que dá equilíbrio e é encarado como importante para o sucesso na nova temporada, na qual o Sporting terá de enfrentar a exigente Liga dos Campeões.
Renovação adiantada, mas à espera do mercado
Até o processo negocial da renovação do médio está em suspenso à espera do que possa acontecer no mercado. Isto porque Palhinha já esteve perto de renovar há mais de um mês, e novamente nas últimas semanas, mas as partes entenderam ser melhor aguardar. A mensagem do clube para o mercado é que Palhinha só sai pela cláusula (60 milhões de euros), uma estratégia para esticar ao máximo a venda de um ativo muito importante, numa altura em que o mercado internacional ainda mal começou a mexer, no que diz respeito a grandes transações, não dando ainda início ao efeito dominó.
Outra possibilidade de encaixe seria a saída de Pedro Gonçalves, mas o Famalicão detém metade do passe do goleador e como tal a sua saída é menos atrativa para a SAD verde e branca.
Rúben Amorim, já deu a entender que vai perder um jogador de peso na equipa, por necessidade do clube. "Estou preparado para perder jogadores, faz parte do processo, mas tenho de arranjar soluções. Por isso é que contratámos muitos miúdos. Chegámos a um ponto em que temos de contratar jogadores mais caros para substituir os que temos, porque têm muita qualidade. Portanto, temos de formar. Sabemos que vamos sofrer mais no processo. Temos conseguido aguentar-nos a não vender os jogadores à primeira proposta", atirou o técnico após o desafio com o Lyon, regressando à temática após o jogo com o Braga: "Não há intransferíveis. O projeto e o clube são o mais importante, mas gostaria que não saísse ninguém. O clube é o mais importante. O mercado é que dita as regras, mas da minha parte vou fazer tudo para manter os jogadores. Sei o momento do clube e não há intransferíveis."