Declarações de Vasco Botelho da Costa na antevisão ao jogo com o Casa Pia (sábado, 15h30)
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Derrota com o Sporting: "Há grupos e há equipas, e já me aconteceu, onde os resultados acabam por afetar muito o espírito da equipa. Longas sequências de resultados negativos vão sempre influenciar, tal como os positivos, embora num sentido não tão bom, mas se há algo que tenho visto neste grupo é que é muito equilibrado, muito estável, um grupo muito à imagem do que eu gosto, que é não deixar que não sejam apenas os resultados a tomar conta do lado mental, mas sim o crescimento da equipa no seu processo, conscientes que o resultado é uma consequência do que fazemos. Em relação a esse jogo não estamos satisfeitos, não gostamos de perder ou empatar, e quando disse que queria o jogo fosse mais à frente é porque conheço bem a nossa equipa. Acho que vamos ser mais fortes no futuro. Mas acabámos por ter coisas positivas, não nos afastamos da nossa identidade, não fomos lá jogar um outro jogo, fomos uma equipa equilibrada e estável mas não podemos estar satisfeitos com o resultado. Vamos corrigir o que temos de corrigir e valorizar as coisas boas para preparar o jogo com o Casa Pia, que vai ser muito difícil".
Jogo com o Casa Pia: "O Casa Pia é uma equipa experiente, que interpreta bem todos os momentos do jogo e fá-lo com maturidade. Temos de estar muito vivos dado que vamos defrontar uma equipa do ponto de vista físico das mais imponentes do campeonato, onde todos os detalhes, lançamento lateral, pontapé de baliza ou esquema tático podem ser preponderantes no jogo. É uma equipa compacta, agressiva, que concede poucos golos e que tem capacidade e muita velocidade para apanhar-nos em contrapé e chegar à baliza. Mas, lá está, tem pouco a ver com o Sporting, será um jogo mais parecido com o que que tivemos contra o Rio Ave. Vai criar-nos problemas diferentes mas queremos ser a equipa que temos sido e se possível a melhorar no processo ofensivo. Estamos com mais capacidade na construção mas precisamos de melhorar nos momentos de aproximação à baliza adversária. Esperamos um jogo difícil perante um adversário que curiosamente tem feito melhores resultados fora que em casa".
O conforto de jogar em casa: "É sempre bom jogar em casa, ainda que tenhamos de ser competentes a jogar em todas as condições. Queremos ser uma equipa competitiva e capaz de ganhar qualquer jogo e para isso temos de ter a mesma capacidade fora de casa como a que sentimos que termos em nossa casa. Temos mostrado isso em casa, o nosso habitat, onde estão as nossas famílias e os nossos adeptos. Sentimos este estádio como a nossa casa e estamos muito felizes e agrados por jogar aqui. Mas ao mesmo tempo estamos de olhos postos em crescer. Jogar em campos maiores pode ser mais vantajoso para o nosso jogo, ainda estamos nesse tal processo mas vamos ser uma equipa mais preparada".
Mudanças no onze: "A primeira coisa que trazem é mais condições para estarmos preparados para ganhar o jogo, porque quando falamos de características individuais elas são colocadas ao serviço do coletivo, o que denominamos de tática, numa análise sobre o que conhecemos da nossa equipa e ao que estamos à espera do adversário. E, por outro lado, acaba por trazer uma dimensão mental muito interessante porque todos os jogadores sentem que podem ser solução. É muito fácil olhar para aqueles que jogam mais, identificar bons momentos de forma e arranjar protagonistas, mas durante a semana são os outros que se calhar não aparecem lá a dar o melhor de si para ser solução. A época é muito longa, há picos de forma, há fases, e também há estas características individuais dos jogadores. É importante que eles sintam, como nós sentimos, que essa confiança que vem da equipa técnica e da estrutura, com eles a acreditarem neles mesmos, é algo que tem de ser encarado como positivo".