Queda na Taça levantou questão se o leão não tem "banco". Carlos Pereira e Tonel só consideram necessidade de reforços se for para somar<br/>
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E ao 19.º jogo oficial da temporada, eis que chegou a primeira derrota em provas internas, mais de três meses depois da primeira queda oficial (derrota por 4-1 contra o LASK Linz, que ditou a eliminação europeia): o Sporting foi aos Barreiros tentar apurar-se para os quartos de final da Taça de Portugal, mas viu o Marítimo ultrapassá-lo na lista de passageiros rumo à fase seguinte da prova, aplicando um 2-0 num jogo onde Rúben Amorim mudou seis peças, deixando de fora titulares como Adán, Coates, Pedro Porro, João Mário ou Pote.
O JOGO quis, então, perceber se as segundas linhas - Borja, Gonzalo Plata, Matheus Nunes ou Bruno Tabata - não estão à altura das necessidades deste leão, mas também se esta janela de inverno deve servir para reforçar, literalmente, a candidatura ao campeonato.
As conclusões são simples: quer o técnico Carlos Pereira quer o ex-futebolista Tonel garantem não haver grande caso com a eliminação, explicada por fatores logísticos ou de manifesta infelicidade, e assumem a necessidade de haver retoques no grupo. Mas a haver, que sejam com futebolistas indiscutíveis.
"O Sporting precisa de retocar o seu plantel, mas também temos de perceber que o Rúben Amorim mudou mais do que aquilo que costuma mudar e que isso tem influência naquilo que são os automatismos na equipa. Quando muda menos, não se nota tanto e os jogadores que entram dão uma boa resposta", analisa Carlos Pereira, antigo futebolista dos leões e ex-adjunto de Paulo Bento, também em Alvalade, lembrando: "Mas não podemos fazer disto um caso, porque a equipa também se ressentiu das condicionantes, das aterragens falhadas, do jogo adiado, do facto de não ter treinado na sua academia... Tudo isso tem influência, parecendo, às vezes, questões secundárias".
Carlos Pereira e Tonel não consideram que eliminação tenha influência na prestação no campeonato
Ainda assim: "Creio que o Sporting se mantém na corrida pelo título, mesmo com este percalço. Deve ir ao mercado, mas não para fazer plantel; deve ir buscar um ou dois jogadores, mas de qualidade indiscutível. Está, de resto, muito bem orientado por Rúben Amorim e o discurso, pragmático, tem ajudado nas alturas indicadas. O Sporting continua bem no campeonato - está tudo em aberto."
Curto... mas competente
Também Tonel, ex-central que jogou seis épocas de leão ao peito, justifica a derrota na Madeira por questões que não a das segundas linhas, como a "falta de eficácia" ou, crê, a "reação tardia" de Amorim a lançar as primeiras escolhas. Garante, porém, que apesar de curto, o grupo está bem apetrechado - tal como Carlos Pereira, só admite chegadas para acrescentarem valor.
"Quem entrou e não costuma jogar já deu respostas positivas anteriormente. Ou seja, admito que o Sporting possa ir ao mercado, mas apenas para trazer jogadores de indiscutível qualidade, que possam fazer a diferença", atirou, sublinhando a capacidade de reação que diz que os verdes e brancos já demonstraram: "Não acho, também, que esta derrota vá afetar a equipa em termos anímicos. Têm um treinador com uma mensagem muito positiva, que saberá o que fazer. No campeonato, talvez à exceção do jogo com o Braga, onde acabou por ser feliz - tal como o Marítimo foi - tem sido sempre melhor que os seus adversários. Há condições para lutar pelo campeonato até ao fim."
Dois exemplos seguidos
Olhando para os números, nos dois jogos anteriores ao desaire na ilha, contra Nacional e Braga, ambos a terminarem com triunfos por 2-0, os golos que encerraram as contas saltaram diretamente do banco de suplentes: diante dos arsenalistas, Tabata dá a bola a Sporar, que depois de galgar vários metros, remata para Matheus Nunes aproveitar a recarga (saltaram os três do banco, as únicas alterações promovidas por Rúben); na Choupana, Tiago Tomás serviu Jovane ao minuto 90, noutro golo "made in" suplentes.
Nos 19 embates oficiais desta época, Amorim já utilizou 25 futebolistas, alguns deles que já nem estão no Sporting, como Wendel ou ainda Vietto.
Ponta de lança e um defesa... até ver
Tal como o jogo já noticiou, a SAD do Sporting está no mercado em busca de um ponta de lança - a prioridade nesta janela - e também de um defesa para o lado esquerdo, que pode ser Matheus Reis (ver breve à esquerda). Para a frente, o preferido é Paulinho, mas o Braga, clube que detém o seu passe, não facilita. A SAD tentar dar a Amorim aquilo que pediu.
Carlos Pereira (treinador)
"Retocar o plantel, mas não para fazer número"
O Sporting precisa de retocar o seu plantel, mas também temos de perceber que o Rúben Amorim mudou mais do que aquilo que costuma mudar [frente ao Marítimo] e que isso tem influência naquilo que são os automatismos na equipa; quando muda menos, não se nota tanto e os jogadores que entram dão uma boa resposta. Creio que o Sporting se mantém na corrida pelo título, mesmo com este percalço. Deve ir ao mercado, mas não para fazer plantel. Deve ir buscar um ou dois jogadores, mas de qualidade indiscutível. Está, de resto, muito bem orientado por Rúben Amorim e o discurso, pragmático, tem ajudado nas alturas indicadas. Como disse, retocar, sim, mas não apenas para fazer número."
Tonel (ex-jogador)
"Quem entrou e não costuma jogar já deu respostas"
"Quem entrou e não costuma jogar já deu respostas positivas anteriormente e em jogos recentes. Ou seja, admito que o Sporting possa ir ao mercado, mas apenas para trazer jogadores de indiscutível qualidade, que possam fazer a diferença. Se for para trazer jogadores do nível das segundas linhas que já existem, então não vale a pena. Não acho, também, que esta derrota vá afetar a equipa em termos anímicos. Têm um treinador com uma mensagem muito positiva, que saberá o que fazer. No campeonato, talvez à exceção do jogo com o Braga, onde acabou por ser feliz - tal como o Marítimo foi - o Sporting tem sido sempre melhor que os adversários. Há condições para lutar pelo campeonato até ao fim."