Rolão Preto, diretor e treinador da Academia Figo na China, responde a três questões sobre o dérbi entre Benfica e Sporting, da 16ª jornada da I Liga.
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A proposta de Jorge Jesus para o dérbi, na montagem da equipa, surpreendeu-o de alguma forma?
"Não. A estratégia compreendeu uma alteração mínima, com a inclusão de Battaglia, um jogador de características mais defensivas, ao lado de William Carvalho, o que o jogo veio a comprovar como uma opção correta, dada a postura mais ofensiva do Benfica. Se o resultado assim o obrigasse, Jesus poderia socorrer-se de armas mais atacantes no banco. Esta escolha justificou-se, mas não tanto pelo resultado, que tem incidências mais aleatórias."
O Sporting pareceu inferior ao Benfica depois de estar em vantagem. Concorda com essa visão?
Na primeira parte assistiu-se a um maior equilíbrio, com um ascendente não muito notado do Benfica. O Sporting revelou-se eficaz, fez o golo por intermédio de Gelson, jogador que até poderia ter feito o 0-2 a terminar a primeira metade, o que poderia ter matado o encontro, após o seu adversário ter perdido algumas boas oportunidades para marcar. O Sporting teve menor fulgor na segunda parte e perdeu a bola com facilidade. É verdade que nos últimos 20 minutos voltou a equilibrar e nos últimos sete, oito minutos já não esperava que o Sporting sofresse o golo, pese embora o Benfica ter colocado em campo jogadores de grande tendência ofensiva. No fundo, o Sporting revelou incapacidade a segurar a bola e o Benfica acabou por igualar perto do fim, num resultado que se justificou. O Benfica impôs uma qualidade de jogo superior e o Sporting talvez pudesse ter sido refrescado, mas é fácil falar "a posteriori".
Quais os momentos e individualidades que destacaria como mais importantes neste duelo?
Destacaria a eficácia do Sporting, que à primeira oportunidade aproveitou e marcou, ainda que com alguma sorte, ao passo que o Benfica se revelou o contrário durante larga parte do jogo, apesar da sua grande produção ofensiva e rapidez, que lhe poderiam ter permitido marcar mais golos. Destaco ainda a exibição do árbitro, que teve personalidade. Sobre individualidades, deixo notas positivas a Jonas, um matador cerebral, assim como a Krovinovic. No Sporting, gostei das exibições de Gelson, Fábio Coentrão, bem como de William Carvalho.