Sporting é alérgico às reviravoltas: sofrer primeiro tem sido sentença esta época
Fora de Alvalade, a equipa de Rúben Amorim começou a perder por cinco vezes e em todas foi incapaz de dar a volta ou, sequer, empatar. O mais recente exemplo das dificuldades leoninas em reagir a desvantagens aconteceu no Funchal mas tal já sucedera antes em Arouca, na Póvoa de Varzim, no Bessa e no Dragão.
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O Sporting marcou passo em casa do Marítimo, somando a sexta derrota da temporada em 13 jogos como visitante e, mais uma vez em 2022/23, os leões revelaram incapacidade para reagir com sucesso quando confrontados com golos alheios a abrir o marcador.
Após o embate da Madeira são já cinco as partidas fora de Alvalade onde os pupilos de Rúben Amorim sofreram um golo que colocou o adversário na frente do marcador e, no final, não foram capazes de sair de campo vencedores. Ou empatados.
Contra o Marítimo, o Sporting pagou cara a incapacidade de se superiorizar à defensiva de uma das equipas que lutam para não descer de escalão e que apenas fizera nove golos até domingo. Como "troco", o emblema de Alvalade viu, aos 55", Cláudio Winck converter com sucesso um penálti, que valeria os três pontos aos anfitriões.
Com 35 minutos e mais umas compensações pela frente para ainda atacar uma cambalhota no marcador, o Sporting defraudou as expectativas dos seus adeptos e repetiu o cenário já visto antes esta época frente ao Arouca, ao Boavista e ao FC Porto, em jogos para a Liga os quais, respetivamente, acabaram com desaires leoninos por 1-0, 2-1 e 3-0. Em todas essas partidas os anfitriões passaram primeiro para a frente do placard e assim se mantiveram, ainda que no caso do embate com os axadrezados o Sporting tenha chegado ao empate (1-1), desfeito definitivamente por Bruno Lourenço, de grande penalidade.
O quinto exemplo de entradas em falso dos verde e brancos numa partida à qual, depois, não conseguiram dar a volta atira-nos para a Taça de Portugal: ante o Varzim, na Póvoa, os lisboetas também viram João Faria faturar e não se mostraram à altura de inverter o jogo ou, pelo menos, de chegar ao empate, sendo eliminados da prova.
Rúben pior que Rúben no mar de derrotas
No Funchal, o Sporting fez a sua 13.ª partida como visitante em 2022/23, a oitava considerando apenas o campeonato português. E esta derrota, a quarta para a Liga, além de deixar os leões mais distantes da concorrência que vai à sua frente - Benfica (mais 12 pontos), Braga (seis) e FC Porto (5) - também tornou esta numa das piores épocas do Sporting fora de casa neste milénio, em igual número de jogos de Liga.
Estas quatro quedas em casas alheias só têm um paralelo com 2018/19, também nas oito primeiras visitas leoninas. Com três desaires em igual período ficam também os desempenhos do leão em 2012/13, 2007/08, 2003/04 e 2002/03.
Em contraponto direto com o desempenho presente do Sporting está, por exemplo, o conseguido por Rúben Amorim nas duas épocas anteriores ao comando da equipa: em toda a temporada passada só perdeu uma vez fora para a Liga (Santa Clara), tal como em 2020/21 (Benfica). Que, curiosamente, é o próximo adversário leonino, numa visita ao Estádio da Luz este domingo.
Casa Pia "pagou" em Alvalade
Foi em Alvalade que se viu o Sporting sacudir, pela única vez na presente temporada, uma situação de desvantagem inicial. O Casa Pia, para a Liga, marcou primeiro por Cleyton Silva mas Paulinho, Nuno Santos e Pote consumaram a reviravolta para o 3-1 final. Caso diferente foi na receção ao Chaves, que venceu na casa do leão por 2-0 sem que os anfitriões conseguissem provocar uma reação. Certo é que o desempenho leonino em casa tem sido bem diferente do registado fora de portas: em Alvalade ganharam 18 pontos, fora só dez.