SAD já traçou plano de ataque: gastar menos, cá dentro e incluindo dispensáveis. Taremi, do Rio Ave, é um dos atletas que se mantêm na lista de desejados
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As condicionantes do próximo mercado de transferências são elevadas, fruto dos impactos incalculáveis da pandemia covid-19. Porém, em Alvalade, segundo O JOGO apurou, há já uma linha estratégica de atuação no que concerne à ação leonina no reforço do plantel que estará à disposição de Rúben Amorim na estação 2020/21.
Assim, de acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, a administração da SAD já definiu como prioridade o mercado interno enquanto base de recrutamento principal por entender, precisamente, que encontra-se numa posição limitada no que à força financeira e de estatuto diz respeito no mercado exterior, em particular nos principais mercados europeus.
Claro que estes não serão descurados, mas a avaliação dos dirigentes leoninos e equipa técnica, nestes dias de planeamento à distância e carregados de incerteza, está centrada muito no que são os elementos que têm a seu favor o conhecimento do futebol português, as suas vicissitudes, bem como as implicações e dimensão do emblema que podem vir a trazer ao peito.
Battaglia foi o último exemplo de sucesso leonino na política de contratações com o envolvimento de atletas no negócio com emblemas nacionais
Depois, sobressai igualmente uma premissa essencial, a qual constitui uma das estratégias de negócio que o elenco de Frederico Varandas tentou colocar em prática já na última janela de transferências sem o sucesso desejado, quer com jogadores como com o treinador: o envolvimento de atletas vinculados contratualmente ao Sporting como moeda de troca para baixar valores de transação a efetuar.
Em Alvalade acredita-se mesmo que os ativos que não têm espaço competitivo no clube podem ser determinantes para chegar a determinados alvos, como aconteceu em tempos com Battaglia.
Este é um dos pressupostos que os dirigentes leoninos estão a apostar, quando olham e olharam para elementos como Taremi - avançado do Rio Ave -, entre outros da Liga. Em janeiro, quando o Sporting procurou uma opção de ataque para juntar a Sporar, necessidade que foi acentuada nos últimos dias do mês pela lesão grave de Luiz Phellype, os vila-condenses foram abordados com uma oferta em dinheiro e o envolvimento de jogadores na equação.
Francisco Geraldes, que foi devolvido pelo AEK de Atenas, esteve em cima da mesa, mas o negócio nunca avançou por causa das exigências financeiras do emblema liderado por Silva Campos. Ainda assim, o internacional iraniano manteve-se numa lista de potenciais reforços e o nome de Gelson Dala surgiu em Vila do Conde como eventual facilitador de um qualquer negócio envolvendo um dos comandados de Carlos Carvalhal.
Os leões apostam nos seus jovens, em alguns atletas que pretendem colocar do atual plantel, percebendo que, mesmo a folga financeira dada pelo negócio Bruno Fernandes, a pretensão inicial de investimentos na ordem dos 60 milhões de euros na próxima época no plantel verde e branco serão quase impossíveis de perspetivar e, quiçá, alcançar.
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Jogadores recusados no acordo por Rúben Amorim
Frederico Varandas bem tentou usar esse tipo de pacote negocial com António Salvador no momento em que avançou para a contratação de Rúben Amorim. Mas nada feito.
O presidente leonino, como revelou António Salvador, presidente do Braga, colocou na balança da negociação uma "dois jogadores e uma percentagem do passe de João Palhinha", mas o dirigente bracarense recusou e forçou a que o Sporting, para ter o treinador que pretendia numa perspetiva de ataque a títulos na próxima temporada, desembolsou 10 milhões de euros (M€), divididos em duas parcelas de 5 M€, acrescidos de euros de 155 mil euros e o IVA decorrente da transação.
Ainda assim, os dirigentes leoninos entendem podem ter sucesso nesse tipo de procedimentos no futuro próximo. É precisamente com essa convicção que têm debaixo de olho atletas como os bracarenses Ricardo Esgaio, Sequeira e Paulinho, todos eles valorizados em alta no Braga e de difícil alcance. Mas, no caso de António Salvador, este cenário não tem sido atrativo nos últimos tempos.
Negócio Battaglia foi exemplo de sucesso
A contratação de Rodrigo Battaglia foi o último exemplo de sucesso leonino na política de contratações com o envolvimento de atletas no negócio com emblemas nacionais. O Sporting comprou o médio, então a alinha no Braga, no verão de 2017 por 4,5 milhões de euros - por 80% dos direitos económicos -, cedeu a título definitivo Ricardo Esgaio e emprestou Jefferson por uma temporada.
O médio Eduardo foi o último jogador de um emblema nacional a mudar-se para Alvalade, concretamente do Belenenses SAD, a quem esteve cedido por empréstimo do Internacional. Custou três milhões de euros.