Solange Carvalhas, jogadora do Sporting, falou a O JOGO e deixou algumas curiosidades sobre a carreira.
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Solange Carvalhas, atacante do Sporting, abordou a presença das leoas na Liga dos Campeões (a fase de grupos inicia-se terça-feira) em entrevista a O JOGO publicada este domingo. Além das expectativas, a vice-capitã das verdes e brancas também partilhou alguns dos momentos que não esquece, entre os quais o drama vivido há cerca de um ano, quando sofreu uma grave lesão e teve de abandonar o relvado de maca. Ao recordar a mazela sofrida que obrigou a intervenção cirúrgica, Solange mostrou-se visivelmente emocionada. Do treinador com instinto protetor, às dificuldades de comunicação no Anderlecht, a internacional portuguesa passou em revista vários momentos.
Momento mais cómico da carreira?
"Quando estive no Anderlecht era difícil comunicar com as minhas colegas. Na Bélgica fala-se três línguas e onde eu vivi era o holandês e é muito difícil comunicar. Aconteceram algumas coisas engraçadas e cómicas, como a comunicação errada com as colegas. Em campo, elas diziam-me passa e chuta, eu não percebia e depois tinha muita liberdade, porque jogava a 10. Falavam para mim e era a mesma coisa que nada".
Momento mais dramático?
"Sem dúvida, a lesão no joelho direito, fez recentemente dez meses. A minha família foi importante para superar este momento. Os meus pais vivem na Bélgica e são emigrantes e na altura a minha mãe teve que vir para cá para cuidar de mim e estiveram sempre ao meu lado. Apoiei-me muito na minha família. Estão sempre presentes e dão-me força, mesmo quando não concordam com as minhas escolhas".
Qual o treinador mais marcante?
"Talvez o Nuno Cristóvão [atual técnico do Sporting] tenha sido o treinador que mais me marcou, com quem aprendi muito, com quem passei a maior parte dos anos. Mesmo a nível pessoal, mesmo que não esteja de acordo, ele protege-nos sempre. Outros também me ensinaram coisas e estou muito grata por tudo aquilo que aprendi ao longo dos anos".
Qual a colega que mais a marcou?
"A Carla Couto foi uma jogadora importante, na altura quando comecei no 1º Dezembro. Carla Couto, Edite Fernandes, Sónia Matias, algumas já deixaram de jogar. Ajudavam muito as mais novas e tínhamos muito respeito por elas, eram na altura os nossos ídolos. Treinar ao lado delas era um orgulho, mesmo não jogando, encorajavam-nos muito. Foram as pessoas que mais me marcaram e continuo a ser amiga delas".
O que tinha Carla Couto de diferente?
"Sempre foi muito trabalhadora e teve uma qualidade inata, tinha uma à vontade com a bola que era incrível. Penso que ela nasceu no país errado. Se tivesse nascido no norte da Europa, talvez tivesse sido eleita uma das melhores do mundo, foi um privilégio para mim ter jogado com ela".