"Só por sermos de uma competição superior achávamos que éramos melhores..."
Declarações após o jogo Marialvas – Tondela (2-1), da segunda eliminatória da Taça de Portugal de futebol, disputado este domingo no Complexo Desportivo de Febres, em Cantanhede, no distrito de Coimbra
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Carlos Calina (Treinador do Marialvas): “Houve Taça de Portugal, mas quem esteve aqui se calhar não olhava aos escalões de cada equipa. Muito honestamente, estivemos sempre muito tranquilos e a verdade é que ficámos reduzidos a 10 jogadores aos 40 minutos, sofremos o golo do empate, reajustámos ao intervalo e não perdemos a nossa identidade. Na segunda parte, simplesmente fizemos aquilo que está ao nível das grandes equipas. Defendemos bem, não fomos massacrados, soubemos sofrer e jogar sem bola. Sabíamos que só podíamos fazer um golo de bola parada e numa jogada estudada em laboratório. Acho que o golo [da vitória] foi um hino ao futebol e deve ser visto e revisto".
Importância da passagem: "É brilhante para o Marialvas, que fez no sábado 93 anos, ter eliminado uma equipa da II Liga, com um historial brutal, que merece andar na I Liga. São estes resultados que nos fazem melhores. Foi um excelente jogo, com uma moldura humana fantástica, com bons momentos de futebol, em que o adversário mandou mais, mas fomos uma equipa personalizada e acima de tudo tivemos uma qualidade de jogo, que é de louvar para o Campeonato de Portugal”.
Luís Pinto (treinador do Tondela): “Em primeiro quero dar os parabéns ao Marialvas, porque, sinceramente, acho que mereceram a passagem. Fizeram por isso, demonstraram-no dentro de campo, conseguindo anular dentro de campos as diferenças de divisões pela vontade disputar o jogo. Da nossa parte, houve uma falta de vontade, de atitude competitiva, porque só por sermos de uma competição superior achávamos que éramos melhores e que as coisas iam acontecer naturalmente. Não chegámos a tempo de entrar no jogo, embora nos primeiros cinco ou 10 minutos até tivéssemos alguma atitude competitiva. Não fomos dignos de competir e, quando assim é, quem ganha é justo vencedor".
Vantagem numérica de nada serviu: "Jogar contra um adversário em inferioridade numérica agudiza ainda mais este sentimento, porque, com todo o respeito pelos nossos adversários e equipas que disputam o Campeonato de Portugal, uma equipa da II Liga tinha de se ter imposto com uma atitude diferente para vencer e não fomos capazes de o fazer”.