Sindicato dos Jogadores reage ao caso no Villa Athletic: "É preciso exigência..."
O Villa Athletic Club foi fundado em junho e os jogadores, equipa técnica e staff ainda não receberam salário em nenhum mês.
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O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) apelida o projeto do Villa Athletic Club de "ruinoso" e aponta para a necessidade de haver "atenção e exigência no processo de licenciamento de novos clubes".
"O Sindicato tem denunciado e insistido ao longo dos últimos anos na urgência de rever os pressupostos de licenciamento e escrutínio do investimento nos clubes e sociedades desportivas, aumentando a exigência e a prestação de garantias financeiras, sem as quais estes fenómenos continuarão a ocorrer. Apesar das soluções já encontradas em articulação com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que permitiram um salto qualitativo no licenciamento das competições profissionais, é indispensável maior exigência a este nível", lê-se num comunicado publicado esta quarta-feira nas redes sociais.
"Estando a acompanhar este caso desde a primeira hora, o Sindicato permanece ao lado dos jogadores que, legitimamente, exigem uma solução e a responsabilização daqueles que os colocaram nesta situação", ressalva o organismo.
O Villa Athletic Club foi fundado em 14 de junho de 2022, em Ponte de Sor, e tem estado a braços com sérias dificuldades, já que "os investimentos iniciais previstos não se concretizaram" e o clube está agora a "ter algumas dificuldades ao nível de patrocínios diretos com marcas", revelou Fábio Lopes, presidente do clube, em comunicado enviado à Agência Lusa.
Na segunda ronda, no domingo, em Elvas, o Villa apresentou-se com 12 jogadores, sem equipa técnica e com equipamento emprestado pelo Grupo Desportivo Samora Correia.
Quatro jogadores manifestaram o seu desagrado com alegados salários em atraso e falta de condições ao presidente do clube, à porta do Grupo Renascença, em Lisboa.
Leia o comunicado na íntegra:
"As últimas semanas ficaram marcadas por dois casos particularmente graves no futebol distrital, que deixaram dezenas de jogadores, muitos deles estrangeiros, numa situação de estado de necessidade absolutamente inaceitável.
Depois do caso do CF União Serpense, a situação do Villa Athletic, inscrito na Associação de Futebol de Portalegre, é o resultado de mais um projeto ruinoso, criando a um plantel e equipa técnica a expetativa de condições de trabalho e salários que, manifestamente, não tinham qualquer possibilidade de sustentação.
Este caso do Villa Athletic, em particular, vem demonstrar que, independentemente da zona do país, é preciso atenção e exigência no processo de licenciamento de novos clubes.
O Sindicato tem denunciado e insistido ao longo dos últimos anos na urgência de rever os pressupostos de licenciamento e escrutínio do investimento nos clubes e sociedades desportivas, aumentando a exigência e a prestação de garantias financeiras, sem as quais estes fenómenos continuarão a ocorrer.
Apesar das soluções já encontradas em articulação com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que permitiram um salto qualitativo no licenciamento das competições profissionais, é indispensável maior exigência a este nível.
Estando a acompanhar este caso desde a primeira hora, o Sindicato permanece ao lado dos jogadores que, legitimamente, exigem uma solução e a responsabilização daqueles que os colocaram nesta situação."