Simeone: "Dei a minha opinião. Sou treinador, senão pediam-na a um frigorífico"
Declarações do treinador do Atlético na antevisão ao jogo frente ao Benfica
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O treinador do Atlético de Madrid considerou que o Benfica vai ser um “rival duro” na quarta-feira, na Liga dos Campeões, por ter futebolistas experientes e por ser uma equipa que mete muitos jogadores no ataque.
“O Benfica vai ser um rival duro para nós, por ter jogadores muito experientes, de top europeu e mundial, e porque é uma equipa intensa, que mete muita gente nas suas ações ofensivas. Além disso, tivemos muito pouco tempo para preparar este jogo”, disse Diego Simeone, no lançamento da partida no Estádio da Luz, para a segunda jornada da fase de liga da Champions.
O treinador argentino pediu várias vezes para falar do Benfica, mas os jornalistas espanhóis não lhe deram tréguas com perguntas acerca dos incidentes ocorridos no jogo Atlético de Madrid-Real Madrid, com os adeptos colchoneros a lançarem objetos em direção ao guarda-redes belga Thibaut Courtois, hoje jogador dos merengues.
“É difícil de explicar porque a televisão precisa que as pessoas estejam atentas, temos de falar antes e depois, andamos a 200 milhões de rotações e eu dei a minha opinião, senão pediam-na a um frigorífico. Sou um treinador e tenho a minha opinião, às vezes digo-a e outras vezes calo-me. Chegaram-me milhões de mensagens a agradecer pelo que disse, porque muitos sentem-se representados nesta situação. Ponho-me em primeiro lugar: se eu o fizer, que me sancionem. Precisamos de firmeza absoluta. Mas desculpem-me. Benfica, por favor”, pediu Simeone, a querer driblar a questão.
No entanto, os jornalistas espanhóis não desistiram e voltaram a questioná-lo sobre o tema: “Quero falar do jogo com o Benfica. É uma oportunidade para o Atlético se fortalecer como clube. Já respondi a demasiadas perguntas sobre isso. Quem tem de fazer alguma coisa, está a trabalhar. Condeno totalmente os agressores. Mas também convido a que se evitem as provocações. Tudo o resto não é meu assunto”.
Questionado sobre o que sentia ao regressar ao Estádio da Luz, onde o Atlético perdeu a final da Liga dos Campeões Europeus para o Real Madrid, a 24 de maio de 2014, Diego Simeone admitiu que “era motivo de alegria” para si, porque o Atlético “deu o máximo” perante um adversário que mereceu ganhar. “Chegámos tão perto e ficámos com esse sabor, de que teria sido muito bonito ganhar”, desabafou o técnico argentino.
A despedida do internacional francês Antoine Griezmann da seleção do seu país mereceu também um comentário de Simeone: “Ele deu tudo à seleção francesa e hoje está tranquilo por isso mesmo e por tudo o que partilhou tantos anos com os seus companheiros. A nós, Atlético de Madrid, permite que tenha mais descanso, o que é bom".
Antes de se retirar, Simeone foi questionado sobre as razões que impediram que ele tirasse o melhor rendimento do internacional português João Félix e arrumou a pergunta com uma resposta meio seca: “Creio que ambos demos o nosso máximo, cada um de nós deu o melhor que podia do seu lugar”.