"Seria uma honra regressar ao Boavista e mostrar o Douglas Abner que muitos esperam"
Chegou a Portugal pelas portas do Boavista e os primeiros tempos foram bons, mas depois perdeu o lugar e acabou por sair. Nos Açores, encontrou a melhor forma e fez uma época de grande nível
Corpo do artigo
Douglas Abner foi um dos destaques do Sporting Ideal nesta época. A jogar a médio, marcou 11 golos e ajudou a equipa a manter-se no Campeonato de Portugal num jogo, frente ao Fabril, incerto até ao apito final. Já de férias, vai esperar pelo fim dos campeonatos para depois decidir o futuro e diz estar pronto para voltar aos profissionais.
Médio foi um dos pilares do Sporting Ideal, evitando a descida com um golo aos 90"
Salvaram-se da descida no último jogo. Como viveram aqueles momentos?
-Foi um jogo com um sentimento diferente de todos os outros. Ambos os clubes estavam numa situação difícil, as equipas muito nervosas. Nós entrámos muito bem, estivemos em vantagem, mas a partir dos 25 minutos, começou tudo a descambar. Eles cresceram e saímos para o intervalo a perder 2-1. Mas aí tivemos uma conversa bastante boa no balneário, voltámos com outra atitude, mais tranquilos, e conseguimos reverter um jogo que estava praticamente perdido. O golo da vitória foi aos 90" e depois comemorámos muito, foi um alívio muito grande. E foi mais especial ainda por lutarmos até ao último minuto para não descer.
Como médio, marca 11 golos...
-Este ano joguei mais recuado, estava habituado ao ataque. Adaptei-me bem, aprendi a jogar nesta posição e desempenhei-a muito bem. A veia goleadora sempre tive, sempre gostei de fazer muitos golos e as coisas começaram a correr bem, como corriam na formação. Foi um ano maravilhoso para mim, com números muito bons.
Que balanço faz da época?
-Foi uma época de muita aprendizagem. Cheguei uma pessoa e saí outra, foi uma época sensacional. E a equipa cresceu muito, livrarmo-nos da despromoção foi o nosso troféu.
Chega a Portugal pelas portas do Boavista. Foi uma boa experiência?
-Maravilhosa. No primeiro ano fui o melhor marcador do campeonato de juniores, depois tive a oportunidade de jogar na Liga NOS. Era um adolescente quando cheguei e tornei-me num homem no Boavista.
Em 2015/16, marca um golo frente ao V. Guimarães, na estreia a titular na Liga NOS...
-É um momento que nem dá para descrever. Vendo as imagens, com o grupo todo a abraçar-me no meu primeiro jogo a titular. Passou o filme todo do que passei para chegar ali e foi uma emoção muito grande. É um sentimento de dever cumprido.
Tem depois um episódio infeliz, falhando um penálti que podia ter dado o prolongamento frente ao FC Porto, na Taça de Portugal. Foi difícil lidar com a situação?
-Foi difícil, porque era muito jovem. Sempre bati bem penáltis, mas o Helton estava no dia dele, eu peguei mal na bola, e ele defendeu... e depois disso deixei de jogar. Fiquei desanimado. Para ter forças para voltar, sendo muito jovem, falhando um penálti importante para a equipa... só com a ajuda da família e dos amigos, que estão sempre comigo.
Esperava ter continuado no Boavista?
-Esperava ter mais oportunidades, mas nada é por acaso. Acho que tinha de passar o que passei para hoje estar bem, a falar de um ano maravilhoso que tive. Tudo tem o seu momento e hoje estou pronto para voltar aos profissionais.
E gostava de voltar?
-É uma equipa muito grande, todos ficariam felizes por voltar. Seria uma honra regressar e mostrar o Douglas Abner que muitos esperam.
Como será o futuro?
-Agora é momento para descansar, esperar que os campeonatos acabem e depois decidir qual será o melhor passo. Queria muito voltar aos profissionais e espero que tenham estado atentos. O Campeonato de Portugal tem a fama de ser o campeonato das oportunidades, espero que os meus números tenham despertado olhares e espero que tenham gostado da nova versão do Douglas Abner.