O médio português destaca-se entre os marcadores de livres diretos e dá novo exemplo de resiliência.
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Sérgio Oliveira estará já tão habituado a ser decisivo como a sair da sombra para resgatar esse estatuto.
Foi o sexto golo do médio nesse tipo de lances. Fixa a marca mais alta da década e, nos últimos 30 anos, só tem Deco à frente. Últimos meses foram desafiantes, mas nada a que não estivesse habituado
O golaço de livre direto que garantiu o triunfo do FC Porto frente ao Gil Vicente é mais um exemplo disso, além de ter valido ao médio um lugar de destaque no ranking desse tipo de lances. Aí vão seis livres diretos irrepreensíveis para o internacional português com a camisola dos dragões, descolando de Hulk no topo da lista referente à última década. Já se recuarmos 30 anos, só surge Deco à frente, com 14 golos de livre. Uma distância grande, é certo, mas cavada por um dos melhores jogadores de sempre do clube, em 229 partidas. A lista completa-se com Fernando Mendes e Zahovic, ambos com quatro golos, Alex Telles e Ricardo Quaresma apontaram três e Brahimi dois.
Foi com naturalidade que a expectativa disparou quando o camisola 27 ajeitou a bola e reapareceu em grande, como tantas vezes aconteceu. Ao jeito resiliente, Sérgio vingou no Dragão após vários empréstimos, um deles já a meio de 2018/19, depois de ter assumido um papel importante na conquista do título de 2017/18. A última temporada foi a melhor da carreira do centrocampista, mas teve novo desafio nos últimos meses, após um mercado de transferências em que o seu nome foi imensamente badalado.
Deco, um dos melhores da história do clube, lidera a lista dos golos de livre, com 14. Sérgio chegou aos seis e desempatou com Hulk
Começou a época a titular, com o Belenenses, mas isso não só não voltou a acontecer, como não saiu do banco em três encontros. Nada que perturbasse Sérgio Oliveira, que na sexta-feira se chegou à frente quando a equipa mais precisava e animou ainda mais a disputa a meio-campo, não só pelo arco que desenhou no livre, mas também pelo fôlego que ofereceu à equipa. Segue-se o Liverpool na Liga dos Campeões, prova na qual foi considerado um dos melhores em 20/21 e na qual a experiência tem sempre algo a dizer. Em Madrid, foi lançado aos 66 minutos e, agora, alimenta a expectativa do regresso à titularidade.
Dado curioso e números redondos
Os seis golos de livre direto apontados por Sérgio Oliveira têm algo em comum: foram apontados fora de casa e, a este nível, nem Deco o supera. Dois ficaram gravados em Barcelos (inclusive o primeiro golo do médio pela equipa principal) e os outros frente a V. Setúbal, Krasnodar, Boavista e Juventus, este último num dos momentos mais marcantes da história dos dragões. Ao 155.º encontro de azul e branco, Oliveira chegou aos 35 golos e igualou a marca de Héctor Herrera, dentro do top 15 dos médios mais goleadores.
Até Jorge Fucile aplaudiu o arco do triunfo
Os elogios a Sérgio Oliveira nas redes sociais atravessaram várias gerações do FC Porto. "Que craque, por Deus", escreveu Fucile, que viu o médio a estrear-se pelos dragões em 2009/10. Kelvin e Layún também aplaudiram, entre muitos comentários que recuperaram a expressão "jogas tanto, Oliveira". "Que felicidade poder ajudar a equipa. Obrigado pelo vosso apoio, nação Porto", escreveu o médio.