Sérgio Oliveira vive a melhor época da carreira e aponta aos maiores goleadores do clube na sua posição.
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O "jogas tanto, Oliveira", expressão que Pepe "inventou" e o balneário do FC Porto repete desde há uns meses, continua a pairar jornada após jornada: Sérgio Oliveira coleciona golos e é o melhor marcador da equipa, com registos que já estão no trilho de alguns dos melhores centrocampistas que passaram pelo clube.
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Frente ao Moreirense, Sérgio assinou o décimo golo da temporada e logo aí se indiciava algo de especial, uma vez que é preciso recuar oito anos para encontrar o último médio dos dragões que chegara à dezena de golos - Lucho González, em 2012/13. No entanto, ao puxar a fita 50 anos para trás, constata-se que o camisola 27 vai bem embalado na perseguição aos médios mais goleadores dos azuis e brancos. O ranking exposto no topo da página compara a marca atual de Sérgio Oliveira apenas com as melhores dos restantes, já que António Oliveira, por exemplo, teve outras temporadas com 18 e 17 golos, e Sousa chegou a assinar 15 e 14. Do mesmo modo, "El Comandante" fez 12 golos em três ocasiões.
Esta também já é, garantidamente, a temporada mais goleadora da carreira de Sérgio Oliveira, que até 2020/21 nunca tinha feito mais do que seis golos. Por outro lado, o que torna esta comparação ainda mais aliciante é que é feita sensivelmente a meio da caminhada. E, por esta altura, já cabe no Top-10. Só sete antigos médios portistas conseguiram mais do que Oliveira já fez em 2020/21. O jogador de 28 anos, imprescindível na estratégia de Sérgio Conceição, ainda tem muitos jogos pela frente e vai com uma média de golos por jogo que o aproximam dos líderes da lista, Zahovic e António Oliveira, com 22 golos. Aliás, se excluirmos o brasileiro Marco Aurélio, que em 1972/73 fez apenas 22 partidas, a média de Sérgio só fica mesmo atrás da referida dupla. Tanto o esloveno como o português eram médios de características mais ofensivas, enquanto ao camisola 27 são entregues, também, responsabilidades defensivas, mas nem isso lhe retira a chegada a área.
Nos últimos 50 anos, Zahovic, António Oliveira e Deco foram os centrocampistas com as melhores marcas. A média do camisola 27 promete e pode igualar um feito de Lucho com 15 anos
A marcação de penáltis já lhe abriu caminho a seis golos [ver mais informações na peça à esquerda], e poderá ajudar a aumentar a conta, mas três nasceram de finalizações na grande área (duas de cabeça) e houve um outro golo de livre direto. Argumentos vários nos pés de Sérgio Oliveira, que ainda pode conseguir outro marco: desde Lucho, em 2006/07 (12 golos, em igualdade com o avançado Adriano), que um médio não termina a época como goleador máximo do FC Porto.
Influência: chega a 29 por cento dos golos
A preponderância de Sérgio Oliveira no FC Porto não se esgota nos golos que marca, também se vê nos que dá a marcar. O passe para Evanilson fixar o 3-0 diante do Moreirense, valeu a quarta assistência para o médio, que assim contribuiu diretamente para 14 dos 49 golos (29%) dos azuis e brancos, mais que qualquer outro companheiro - Marega e Luis Díaz estiveram em nove, Otávio e Corona em oito. No que toca aos jogos da I Liga, Sérgio esteve em 12 e só é batido por Pedro Gonçalves, do Sporting, que esteve em 14.
De Custódio a Rui Barros e Timofte
Para ter maior segurança na recolha dos dados, O JOGO recuou até 1970, mas os anos 60 ficaram marcados por outro médio goleador: Custódio Pinto, o "cabecinha de ouro" que fez 105 golos em 327 jogos pelo FC Porto. Na época mais produtiva, em 1968/69, marcou por 19 vezes. Por outro lado, Timofte e Rui Barros repartiram as boas marcas (inferiores às de Oliveira e Zahovic) com golos enquanto médios e extremos ou avançados.