Médio admite que o defeso, quando esteve com um pé fora, foi um período conturbado, mas garante estar feliz por continuar no Dragão.
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Sérgio Oliveira foi o segundo melhor marcador do FC Porto e 2020/21 e um dos jogadores mais influentes, com golos decisivos como o que fez em Turim e que valeu o apuramento para os quartos de final da Liga dos Campeões.
Na sequência da melhor época da carreira, segundo o próprio, esteve para ser vendido no último defeso, mas depois de semanas de indefinição acabou por ficar e agora vai ser distinguido pelo clube com o Dragão de Ouro de Futebolista do Ano.
Oliveira admite que o período de transferências foi perturbador e isso refletiu-se no arranque da época, em que perdeu a titularidade. Agora, com a cabeça limpa e a consciência tranquila acredita que está no clube certo e disposto a ajudar com mais golos e grandes exibições porque ainda quer somar mais títulos de azul e branco. A equipa está bem lançada no campeonato e o médio diz que isso se deve ao trabalho diário no Olival, mas também a uma pressão muito mais alta e a uma recuperação de bola mais rápida.
Sérgio Conceição diz que este é o ano em que a equipa está a jogar o melhor futebol. O Sérgio esteve em todas as épocas do treinador, concorda com ele?
-Creio que sim. O míster quando diz que estamos a jogar o melhor futebol acho que se refere à parte do espetáculo, porque no fundo, pelo que conheço dele, jogar bem é ganhar. Claro que se pudermos jogar um futebol mais ligado, com uma pressão mais alta, termos o jogo controlado durante muito mais tempo, obviamente que faz sentir que estamos sempre por cima do jogo. Mas em outras épocas, mesmo que em alguns momentos, para quem está de fora pareça que estamos por baixo, se calhar estávamos a controlar o jogo de outra forma e éramos perigosos nas saídas rápidas - sempre fomos e continuamos a ser -, mas esta época conseguimos fazer as coisas de maneira diferente, ter uma pressão muito mais alta, recuperar a bola mais rapidamente. O segredo é a envolvência de todos na parte defensiva, tática onde o míster é muito exigente e em que houve uma evolução tremenda, inclusive na própria compreensão do jogo.
O FC Porto recuperou o primeiro lugar e chegou a esta paragem num grande momento. Qual tem sido o segredo?
-O segredo é trabalho, seguir as ideias que o míster nos propõe, estarmos todos em sintonia, termos humildade de espírito para por vezes aceitarmos a crítica, sabermos em que patamar estamos, onde podemos evoluir, onde estamos melhor com a consciência de que, se calhar, podemos ainda acrescentar ou melhorar algo mais. Estamos com um grupo forte, agora é manter. Quando elevamos a fasquia, é o mais difícil.
"Não sabermos o nosso futuro é algo inquietante, mas sinto-me feliz e tranquilo pelo rumo que foi tomado"
Depois de um período de transferências conturbado para si, em que esteve para sair, sente-se mais aliviado nesta fase?
-Sinto, claro. Foi uma etapa da minha vida perturbadora porque não sabermos o nosso futuro é inquietante, mas sinto-me feliz e tranquilo pelo rumo que foi tomado. Estou concretizado, num grande clube, em casa, perto da minha família e sinto-me a evoluir a cada dia. Estou mais aliviado agora e de consciência tranquila porque nunca poderia deixar este clube na mão, foi o clube que me deu tudo e eu também tenho de dar tudo pelo clube.
O que lhe falta conquistar de azul e branco?
-Falta-me conquistar o título que se segue no FC Porto. Claro que qualquer jogador tem o sonho de ganhar uma Liga dos Campeões, mas hoje em dia a forma como a prova está organizada e o poderio financeiro de muitos clubes permite-lhes construir equipas ainda mais fortes do que há uns anos, não tirando mérito ao que o FC Porto fez em 2004, ou seja, é um sonho bastante difícil.
Oliveira diz que nunca poderia deixar o clube na mão e está decidido a somar mais títulos numa época em que, sublinha, "houve uma evolução tremenda na compreensão do jogo" por parte da equipa