Sérgio Conceição: "O quarto árbitro disse-me que ia acabar, antes de ser canto"

Difícil de aceitar, como no ano passado: "Hoje, ainda foi mais injusto, na minha opinião, não só pelo jogo, mas por uma decisão da equipa de arbitragem. Quando o quarto árbitro me diz - e insisto nisto porque é verdade - que acabou o jogo aos dez minutos; eram nove minutos, deram mais um de descontos sobre descontos. Não sei qual é o critério, mas, tudo bem, a partir do momento em que me diz que dá mais um minuto, até porque houve golo, e o golo acontece aos 10'20''. Aliás, no ataque que originou o canto que deu o golo, o quarto árbitro diz-me a mim que o jogo já terminou e que ia terminar naquele momento, antes de surgir o canto, antes de darem o canto, ser o golo e depois acabar, entretanto, ali. Acho extremamente injusto para aquilo que foi o trabalho da equipa num jogo estrategicamente muito bem preparado, interpretado pelos jogadores de uma forma fantástica. Faltou, obviamente, ali no último terço, se calhar, definirmos com um bocadinho mais de qualidade, sermos mais assertivos sermos mais assertivos na hora de finalizar, mas estivemos muito bem. Anulámos completamente o Atlético de Madrid. Ouvi, a partir dos 25/30 minutos de jogo, a equipa a ser assobiada. Olhei para o lado, vi o meu colega praticamente, desculpem o termo, de mão atadas, sem saber o que fazer do jogo. Nós sentimos isso. Fazem o primeiro remate na segunda parte só aos 42 minutos, salvo erro, já connosco em inferioridade numérica; sofremos o golo numa bola prensada, fomos à procura, ainda, mesmo assim. Fizemos o golo do empate e depois tivemos uma ocasião fantástica com uma transição em que estávamos em superioridade numérica e, mais uma vez, má decisão do Toni em querer chutar, tendo colegas livres para poder servi-los. Enfim, totalmente imerecido, na minha opinião. Num jogo muito, muito bem conseguido da parte dos jogadores, é de louvar: mais três estreias na Liga dos Campeões e, do outro lado, como disse na antevisão, jogadores com sete, oito, dez e 12 anos de clube, com um traquejo enorme na competição, e nós sentimos esse peso, não pelos jogadores que tínhamos no banco, alguns da equipa B, bem há pouco tempo, mas, apesar de sermos o terceiro clube com mais presenças nesta competição, não temos o peso de alguns tubarões, se assim se pode dizer. Não temos o peso, porque isto nota-se. O exemplo que dei, do segundo golo que sofremos, acho que não vale a pena falar mais, porque estou de tal forma revoltado com isto, e triste. Tenho um balneário completamente revoltado, triste, frustrado, porque merecíamos mais do que a derrota. Já o empate era mau, imagine a derrota."

Contrariedades: "Todos os pormenores do jogo aconteceram de uma forma negativa para nós. Acredito que há dias assim. Não gosto de falar em sorte, porque a sorte tem que ver com a seriedade e a ambição que se tem, diariamente, para conseguir ganhar jogos, mas hoje, seguramente, acho que foi o jogo que tive a oportunidade de fazer nesta competição em que faltou essa pontinha de sorte, e também a sorte de que falei ontem, de ter uma equipa de arbitragem num bom dia. Acho que não esteve. Não estou a justificar com isto a derrota, porque fomos muito melhores e falar na equipa de arbitragem até parece redutor em relação àquilo que fizemos e não é nada disso. Aconteceu um golo fora de tempo e isso deixa-me revoltado, a mim e aos jogadores."

Futuro: "Temos cinco jogos para ganhar, é nesse sentido que vamos trabalhar. Agora, pensar no Chaves. Os menos utilizados acabaram de treinar agora, estamos já a pensar no Chaves, naquele que é o principal objetivo e nesta maratona que temos pela frente que é o campeonato. E vamos ter, claramente, uma palavra a dizer. Claramente. Em quatro anos de Champions, [com] dois quartos-de-final, uns oitavos-de-final, conseguimos sempre dar uma excelente resposta. Se foi excelente? Não foi, porque queremos chegar o mais longe possível em todas as competições, mas, sinceramente, estou convencido de que vamos dar uma excelente resposta, a começar com o Chaves e depois com o Brugges."

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