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LUSA
Nené, antigo lateral do Leixões, pilar do extremo quando este chegou a Portugal, garante que o portista está realizado como nunca pela primeira grande época. Tem acompanhado bem de perto a carreira do amigo e vai dando-lhe conselhos
Nené, antigo defesa do Leixões, que fez parte do elenco dos matosinhenses que disputou a final da Taça de Portugal com Carvalhal, é ainda hoje um dos grandes amigos de Galeno em Portugal.
Recordando o início de carreira e o duro golpe que foi a saída para Braga, Nené sublinha que o portista "defende como nunca" e que melhorou a capacidade de definição fruto do trabalho de Conceição.
Foi seu apoio, alicerce e confidente nos primeiros tempos, quando o menino tímido e franzino se procurava ambientar à Europa. Foi também Nené, munido de vários vídeos, quem convenceu o empresário António Teixeira a investir no atleta. Passado este tempo todo, mais distante do futebol, mas não de Galeno, Nené aplaude o sucesso do luso-brasileiro. "Foi a primeira grande época num clube de topo. Foi a prova de um crescimento absoluto, em que cumpriu com os níveis altíssimos de exigência do clube e do treinador. Há quem continue a bater na capacidade de definição, mas os seus números desmontam isso. Depois é olhar para a final da Taça, os dois golos são ações dele. Se isso não é capacidade de definição...", sublinha o antigo lateral dos leixonenses.
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"Desde a primeira hora que o acompanho, não agora profissionalmente, porque há outros que o fazem, mas é um amigo com quem falo e janto. Não tenho dúvidas que foi para férias realizado como nunca, está feliz, mas também maduro", expõe. "Está consciente que deu mais um salto qualitativo, que entendeu o que o treinador lhe foi pedindo. Ainda me lembro que lhe disse, estava no FC Porto B, que ficando uns anos em Portugal, podia ter a mesma sorte do Pepe ou do Deco. Só não sabia eu se ele jogaria por Portugal ou pela canarinha. Acho que isso esteve bem mais longe!", argumenta.
A melhor época de Galeno foi coroada com 15 golos e seis assistências em 52 jogos pelo FC Porto
Nené não esquece, porém, todos os obstáculos que Galeno passou. "Sei o que ele sofreu, sei como foi a sua infância difícil no Brasil e sei das dúvidas que teve cá, houve um período complicado no FC Porto, o Folha é que conseguiu puxá-lo para cima. Houve uma fase deslumbrada, que fui eu que o alertei que nunca se podia conformar. E houve, mais recentemente, a saída para o Braga que o deixou muito inquieto e abalado, porque ele sempre achou que iria ter sucesso no FC Porto. Ele sai para Braga já muito portista, custou-lhe aceitar, mas expliquei-lhe que podia ser um passo importante e até podia voltar", conta Nené que não esquece o "grande desenvolvimento tático dele com Carvalhal" e que Conceição "aproveitou", acrescentando outras valências.
"Há um grande trabalho do treinador, incutiu-lhe a exigência máxima e também não o deixou cair quando ele começou muito mal"
"Está a defender como nunca, melhorou a capacidade de definição, porque aprendeu a dosear o esforço. Há um grande trabalho do treinador, incutiu-lhe a exigência máxima e também não o deixou cair quando ele começou muito mal", explica, recordando uma fase em particular.
"Entra e sai num jogo com o Gil Vicente, depois não sai do banco no seguinte e vieram as interrogações. Avisei-o que o Sérgio não dá nada a ninguém, mas não deixa cair ninguém! Isso aconteceu na perfeição com ele. Hoje entendeu tudo o que é preciso. Vou a casa dele e está preocupado com o que come e com as horas que dorme. Está a valorizar a fase que está a viver", explica. "A grande vantagem é que terá sempre uma velocidade acima dos demais", regista, partilhando uma influência muito positiva. "Sei que ele ganhou uma relação muito forte com o Otávio, que é alguém que incute uma mentalidade muito boa a quem está à volta. No campo há essa química, há um entendimento muito assinalável entre eles."
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