Sérgio Conceição elogia Seleção e brinca: "Ainda dizem que quero ser selecionador..."
Declarações de Sérgio Conceição treinador do FC Porto, na antevisão confronto com o Chaves, marcado para esta quinta-feira (19h00) e referente à fase de grupos da Taça da Liga.
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Exibição de Portugal: "No quadro de honra está a final do Euro 2016, que ganhámos. Dizem que eu pertenci à geração de ouro, mas essa foi a que ganhou o Europeu e esta que tem possibilidades de ganhar o Mundial. Que ganha é que fica na história, quem anda lá perto, normalmente não fica. Dou os parabéns ao Fernando Santos e a todo o grupo de trabalho, todos os que compõem o grupo pela excelente exibição. Agora é pensar no próximo, mas o Fernando Santos saberá melhor do que eu os jogadores que estão lá para dar à seleção o melhor de que necessita, talento penso não ser necessário, está lá. Ontem foi uma boa demonstração não só desse talento individual, mas principalmente como equipas, equipa bastante solidária, muito presente e a perceber muito bem o que o jogo precisava. Encantou-me como treinador olhar para a ocupação de espaço do João Félix, do Bernardo Silva, do Bruno Fernandes. Olhamos para o Otávio, Pepe e Diogo Costa e estamos ali a ver três pilares que dão um equilíbrio fantástico à seleção, mas não quero entrar por aí, senão começam a dizer que quero ser selecionador [risos] e não é nada disso. É a paixão e alegria que sinto neste momento em ver a nossa seleção a brilhar desta forma."
Pepe é um caso de estudo? "Já tive a oportunidade de dizer que foi o jogador o mais profissional de todos. Junta a isso uma alegria que contagia os colegas com a disposição que tem no treino, no jogo, no dia-a-dia. Quando os jogadores se calhar acham que não é importante trabalhar pormenores no treino, ele se calhar é mais focado e interessado, com 39 anos, Ligas dos Campeões, o Europeu, com aquilo que fez em Madrid. É fantástico ter este brilho no olho, é fundamental. Cuida-se, é um animal super competitivo e continua aí a dar cartas."
Numa altura tão atípica, sente a necessidade de espicaçar os jogadores de os alertar que os níveis de exigência continuam no máximo? "Até eu sinto que o meu nome não é tão falado nas televisões, é uma coisa estranha. Gosto de ser falado mal, bem e acho que o jogador deve ter o mesmo sentimento. Daí que tenhamos algumas estratégias, dei-lhes como trabalho de casa ver o Mafra-Vizela e depois no dia seguinte não perguntei nada, porque sabia que eles viram. No primeiro jogo do Vizela com o Chaves, estiveram algo desatentos e se calhar por isso é que o jogo com o Mafra na primeira parta não nos correu tão bem, vamos criando essas estratégias. Todas as atenções estão viradas para o Mundial e esquecemos um bocadinho aquilo que é a nossa competição. e o nosso dia-a-dia. O trabalho é feito exatamente da mesma forma, mas se calhar de uma forma até inconsciente a tendência é essa. Jogamos um jogo e, 15 dias depois, outro. Falta-nos a competição, estar nessa boa pressão que muitas vezes falamos em jogos decisivos e este é mais um com o Chaves, não nos podemos esquecer disso .Precisamos disso, dessa pressão que muitos não gostam, mas que eu adoro. É deitar-me com as orelhas a arder de tanta gente que manda uma 'bitaitada' sobre mim, eu até estou a achar estranho não haver ninguém a falar do Conceição."