Sérgio captura o décimo tubarão europeu e italianos já lhe chamam "Conceicismo"
Jesualdo Ferreira (24) ficou nos oito triunfos e Jorge Jesus (25) só leva quatro frente a clubes das cinco principais ligas da Europa. Superioridade com o Milan levou italianos a inventarem o "Conceicismo"
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Na história do futebol português existem apenas três treinadores com mais de 20 jogos disputados por clubes nacionais frente a equipas dos Big 5 na Liga dos Campeões e nenhum tem tantas vitórias como Sérgio Conceição.
A de terça-feira, com o Milan, foi a décima da carreira do técnico do FC Porto, que já deixou para trás Jesualdo Ferreira (oito) e mantém Jorge Jesus (quatro) a uma distância considerável, mesmo tendo menos desafios disputados (23) que cada um deles: o professor parou nos 24 e JJ leva 25.
Os franceses (quatro triunfos em quatro partidas) são quem mais contribui para este saldo de Conceição, enquanto os ingleses surgem no reverso da moeda, já que venceu somente um (Chelsea) dos nove confrontos que teve contra equipas de topo da Premier League.
Se em termos absolutos ninguém se equipara a Conceição, em termos percentuais o caso muda um pouco de figura. Jesualdo (33,3%) e Jesus (16%) continuam atrás do treinador de 46 anos, mas os 43,5% de vitórias obtidas frente a equipas dos Big 5 por clubes nacionais não são suficientes para o colocar no topo. Aí surge Julen Lopetegui (66,7%), seguido de José Mourinho (53,8%), Vítor Pereira, José Maria Pedroto e Co Adriaanse (50%). Note-se, porém, que somente o "Special One" (13) fez mais de dez jogos frente a estes clubes.
Seja como for, a superioridade do FC Porto na receção ao Milan, bem como os resultados obtidos com equipas da Série A desde que ingressou no Dragão, mantêm Conceição debaixo dos holofotes em Itália. As eliminações da Roma (2018/19) e da Juventus (2020/21) espantaram os transalpinos e foram argumentos usados pelo "Tutto Mercato" para sustentar que está a nascer um novo conceito em Portugal: o "Conceicismo".
A ideia de jogo, segundo aquele portal, é muito idêntica ao "Cholismo" (de Diego Simeone), onde o espírito competitivo é levado ao extremo. Mas com uma diferença: Sérgio Conceição "acrescenta-lhe um toque de estética e uma predisposição ofensiva" que nem sempre se vê na equipa (Atlético de Madrid) orientada pelo seu antigo companheiro da Lázio.