O lance do terceiro golo do Benfica frente ao Paços só não passou por Vertonghen e teve 20 passes.
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Não foi um lance de laboratório mas sim de muita paciência e capacidade de desposicionamento da linha defensiva do Paços de Ferreira aquele que resultou no 3-0 do Benfica, selado por Seferovic ao minuto 45"+8" com um chapéu sobre Jordi.
A jogada, que fechou a primeira parte da partida do último sábado à noite na Mata Real e praticamente sentenciou de vez o vencedor do jogo, passou por dez dos onze jogadores encarnados em campo, teve um total de 20 trocas de bola e durou 58 segundos num carrossel que meteu a linha recuada dos pacenses em contrapé.
Começou com um passe de Helton Leite para Otamendi, que trocou passe com Weigl e que passou, de seguida, a Taarabt. Este trio, aliás, foi determinante na construção do lance, aparecendo sempre nos apoios no corredor central durante as trocas da bola pelos flancos.
A primeira insistência, para a esquerda com Rafa, acabou por voltar para trás, com Weigl a procurar Diogo Gonçalves na ala direita. Sem espaço, o lateral inverteu o sentido, que voltou a Taarabt, à terceira, optou pelo passe de ruptura para Seferovic. Em todo este movimento hipnótico, numa altura em que o P. Ferreira já estava reduzido a dez unidades, apenas Vertonghen ficou de fora, não recebendo o esférico uma única vez numa jogada que demonstra o estilo de jogo pedido por Jorge Jesus, com posse segura, mas rápida, utilização da largura do campo e mudanças sucessivas de flanco, para depois ser explorada a profundidade. Neste caso, a paciência resultou num golo... coletivo.
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