
Secretário defende que Nuno precisa de um bom plantel para poder fazer um bom trabalho no FC Porto.
Fábio Poço/Global Imagens
Antigo lateral dos dragões sublinha necessidade de se manterem referências no plantel, embora reconheça a dificuldade. Quanto à fase menos boa, diz ser normal em todos os clubes.
O que pensa da contratação de Nuno pelo FC Porto?
-A primeira abordagem dele foi boa, com um discurso positivo. É uma pessoa que conhece os cantos à casa e, no pouco tempo que leva como treinador principal, fez bons trabalhos, no Rio Ave e no Valência. Há expectativa pelo que vai acontecer, mas é evidente que vai depender do plantel que o clube lhe vai dar.
O Nuno é um apelo à chamada mística, mas isso chega para o FC Porto voltar a vencer?
-Não, não chega. A mística tem muito que se lhe diga... Não é fácil o FC Porto, ou qualquer clube do mundo, ter, num plantel de 23 ou 24 jogadores, 20, 18, 15 ou mesmo dez portugueses. Ou sequer jogadores com vários anos de clube, apesar de eu achar importante o FC Porto ter sempre quatro ou cinco referências. Mas acho impossível voltar a ter a mística que tinha. Em relação ao plantel, perdeu mais de metade dos jogadores do ano anterior. Saíram Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Óliver Torres, Jackson, Tello... O plantel deste ano era muito limitado e por isso digo que o Nuno precisa de ter um bom plantel. Se calhar, este ano, vão sair dez ou 12 jogadores e chegar outros tantos e isso é um risco.
Estranha ver o FC Porto sem ganhar, o Benfica tricampeão e o Sporting a lutar pelo título até ao fim?
-O FC Porto está a passar uma fase menos boa, como todos os clubes do mundo passam. Quando fui para o Real Madrid, este não tinha chegado a nenhuma competição europeia, tinha ficado em sexto, repito, em sexto, o que é impensável nos dias de hoje. O FC Porto tem pessoas muito experientes à frente do clube, nomeadamente o senhor Jorge Nuno Pinto da Costa e rapidamente irá voltar às vitórias.
A propósito do Real Madrid, como viu a chegada do Casillas ao FC Porto?
-Ajudou o clube a ter muita visibilidade. É um jogador com provas dadas, tem um currículo fantástico, mas, na minha opinião, não fez uma época tão boa como se esperava, o que tem a ver com a época do próprio clube. Além da visibilidade, trouxe experiência à equipa.
