Seba Pérez falou a O JOGO das últimas emoções da época, após ter falhado a “final” com o Vizela, no fim da qual celebrou loucamente o penálti de Reisinho que rendeu a permanência. O colombiano gostava de mudar de ares a um ano do final de contrato, olhando para a estabilidade familiar aos 31 anos.
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Pantera devota no campo, cheio de fibra e firmeza em cada disputa, Seba festejou ruidosamente na bancada a permanência. Batalhou para superar uma lesão, em vão.
Como se pode definir a época do Boavista, por tudo o que viveram e pelo sofrimento prolongado até ao final?
-Foi, realmente, uma época muito difícil, na qual conseguimos começar muito bem, com triunfos consecutivos. mas logo tudo se transformou e ficou complicado para nós. Sentimos o facto de termos poucos jogadores e não era fácil manter o mesmo nível. Mas até ao fim conseguimos lutar com as forças que tínhamos e alcançámos o objetivo de ficar na I Liga.
Como se aguenta um jogo destes, tão decisivo de fora, ainda para mais vendo aquela explosão de alegria que teve no camarote?
-Foi muito difícil ficar de fora, tentei de tudo no próprio dia do jogo, fiz vários exercícios no ginásio pela manhã, mas não estava muito bem para jogar. Falámos que seria melhor entrar em campo alguém que estivesse na plenitude, a cem por cento e, vendo as coisas, correu muito bem, pois jogou o Joel Silva, que acabou por marcar um grande golo. No penálti foi uma sensação incrível, passou-nos muita coisa pela cabeça, tivemos de lidar com muita coisa e aquela festa foi perceber que o nosso dever estava feito.
Sofreram com mudanças no banco, salários em atraso, lesões várias. Foi obra aguentar isto tudo?
-Tivemos um espírito incrível durante toda a época, foram momentos extremamente difíceis, mas esta malta treinava e lutava por cima de todas estas situações. Fomos uma equipa muito unida e muito profissional, foi isso que nos guiou até ao fim e nos fez ter sucesso.
Quatro temporadas em Portugal e no Boavista, que retrato faz desta ligação já duradoura?
-Sempre vou ter palavras boas para o Boavista, o clube que me abriu as portas do futebol europeu. Sempre tentei retribuir isso no campo, lutando ao máximo pelo Boavista. Acho que os adeptos sentiram isso e, de facto, reside nisso a grande relação que temos.
Pensa cumprir contrato ou é hora de mudar?
-Agora não sei, sinceramente, o que vai acontecer. Sei que vivi quatro anos muito bonitos no Boavista, de muita aprendizagem, mas acho que chegou o momento de fazer alguma mudança na minha vida e pensar na minha família. Estamos a descansar e temos muito a pensar.
O que pode dizer da entrada em momento tão crítico de Jorge Simão?
-O míster chegou com uma mensagem clara, só tínhamos um caminho, o de acreditar em nós e nas nossas capacidades. Foi muito assertivo nas palavras e acho que toda a gente viu nestes últimos jogos um Boavista difícil de bater.
Sente um melhor futuro com Fary?
-É uma pessoa que adora o Boavista, e quando fazes as coisas com amor correm bem. Desejo-lhe muito sucesso neste novo caminho, foi uma pessoa que acreditou em mim na primeira época. A ele estarei sempre grato.
Vendo estes miúdos a assumir responsabilidade, a juventude vingará no Boavista?
-Temos jovens muito bons, com minutos e experiência, vão ficar craques!
Ofertas da Turquia e Emirados podem levar o colombiano
Já cobiçado noutros mercados, Seba Pérez é um jogador de craveira internacional no Bessa, vestindo a camisola da Colômbia e com uma Libertadores ganha pelo Boca Juniors, clube histórico do qual chegou a Portugal para representar o Boavista. O médio, sabe O JOGO, pondera outras opções de carreira nesta fase, sabendo que tem propostas em carteira. Na Turquia e nos Emirados Árabes Unidos existem clubes a posicionar-se em busca da aquisição do aguerrido médio das panteras. O Boavista conhece as intenções do atleta.