Mossoró, rosto de uma grande fase guerreira, lembra futebol luminoso ao lado de Hugo Viana e Alan, destacando o atual capitão
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Das oito vitórias em Alvalade para a liga, duas foram consecutivas, no espaço de seis meses, entre o final da época 2008/09 e início de 2009/10. Uma fase entusiasmante do Braga com vários cabeças de cartaz e uma liderança que foi de Jorge Jesus para Domingos Paciência. Mossoró era um dos expoentes dessa farra fora de portas. Estava na equipa que venceu na primeira época por 2-3 e marcou, tal como Alan e Rentería. E também fez parte da equipa que triunfou por 1-2, com golos de Alan e Meyong. O Braga atinge proeminente o segundo lugar, em 2009/10.
"Havia uma rivalidade forte com o Sporting nessa altura, porque passou a ser um concorrente direto. Estávamos a lutar na frente e conseguimos acabar por cima deles. Tínhamos de mostrar no campo e na tabela a nossa força", recorda o antigo craque brasileiro, hoje com 41 anos. "Eram partidas muito disputadas, mas, depois, o Sporting começou a levar jogadores do Braga e aumentou essa rivalidade. Nós, com suor e trabalho, fazíamos grandes exibições e ganhávamos muitas vezes", testemunha Mossoró, 182 jogos feitos no clube arsenalista. Um dos 16 golos aconteceu em Alvalade. "Ainda me soltava mais nessas partidas, lembro grandes exibições diante do Sporting e um golo decisivo, uma bela chapelada", sublinha o criativo, percebendo que os tempos mudaram e o leão subiu a dimensão. E agora luta pela revalidação do título. "Está completamente diferente, muito mais forte. Treinadores como Jesus e Amorim fizeram a diferença, principalmente Amorim. Agora vê-se um Sporting superior ao Braga, mas também a FC Porto e Benfica. Mas vejo o Braga num momento fantástico e pode sair com a vitória", atesta Mossoró.
As comparações são difíceis, mas identifica-se com quem tem pele de protagonista. "Há o Ricardo Horta, que eleva o nível de forma gigantesca. É capitão, faz partidas brilhantes e golos importantes. Se ele estiver bem, é meio caminho para os três pontos", nota, viajando pela harmonia de jogo do seu tempo.
"O futebol era diferente. A minha equipa divertia-se muito. Eu olhava para o Hugo Viana e já sabia o que fazer. O Moisés atrás chefiava, dizia que percebia se íamos ganhar pelo que via no aquecimento. O entrosamento era ótimo e o Alan era um animal, não parava de correr o tempo todo. Fazia a diferença, e quando aprendeu a fazer golos, mais forte ficou. Brincávamos com ele, dizendo que aprendeu connosco...", atira, bem-humorado. A evolução do Braga não engana, a solidez parece inabalável, e os contributos são vários. "Todos se ligam rápido porque o Salvador tem sempre grandes treinadores, como foram Jesus, Domingos, Artur Jorge ou Carvalhal. Quando mais vibrar com o treinador, mais o jogador fica focado e concentrado. Os resultados aparecem e os técnicos têm sido o espelho de um Braga dominante, com equipas determinadas. Por aí se vê a força, o perfil guerreiro. É o Braga que todos querem e gostam", remata.