Nico como um tesouro bem guardado, um jogador eleito para o topo em La Masia. Aureli Altimira, antigo diretor da academia, explica tudo...
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Nico González está traçado como alvo predileto do FC Porto. Ainda se candidatou a um lugar no plantel do Barcelona, mas os planos de Xavi apontam para nova cedência do médio, de 21 anos, que brilhou no Valência em 2022/23.
Não deve, assim, embarcar no estágio dos catalães aos Estados Unidos, estando os dragões na pole position para receber o galego, filho do proeminente Fran, figura sagrada do Depor.
Amplamente cobiçado em Espanha, mais que tudo pelo Bétis e Girona, e nos horizontes de ingleses, a meta desta operação pode estar a curtos dias de distância para satisfação portista.
Nico pode ser considerado um dos produtos mais fiéis do que são as distintas diretrizes de La Masia, famosa academia onde foi diretor e coordenador, de 2014 a 2021, Aureli Altimira, que entrevistado pelo JOGO testemunha-nos todo o requinte de médio que pode chegar ao Dragão, por si monitorizado na perfeição. Vê com bons olhos a mudança para o FC Porto, em nome da exigência.
"Essa é uma decisão que lhe cabe tomar, analisando prós e contras. Deve valorizar onde terá mais protagonismo e mais evoluirá. Barcelona e FC Porto são dois grandes da Europa e duas opções muito boas. Qualquer que seja a escolha, tudo fará para ter um grande rendimento", assinala Altimira, atento ao vasto leque de interessado, mas inequívoco... "Se ele escolher o FC Porto, vai adaptar-se à sua filosofia de jogo, porque é muito inteligente e tem personalidade para colocar as qualidades em benefício da equipa. Vai melhorar a competitividade e a capacidade física para ajudar no seu crescimento. Não duvido de uma integração fácil", avisa, historiando ao detalhe o trajeto interno de Nico.
"Chegou-nos com 12 anos, muito talentoso e uma capacidade técnica muito alta. Oferecia-se com uma notável participação no jogo de ataque. Em todo o trajeto, foi sempre um destaque na equipa. Era ponto assente que era um dos eleitos para terminar o seu processo na primeira equipa. Tinha a favor um perfil técnico-tático que era ideal no ADN do Barça e, na sua posição, exibia todos os argumentos para chegar lá", explica Altimira, ainda com a memória bem fresca sobre toda a evolução tática de Nico González em La Masia. "Havia a dúvida se ele chegaria à elite como médio defensivo ou interior. Mais jovem, gostava de estar perto da área contrária para marcar e dar assistências. Quisemos fazer dele um jogador mais estático, o entre linhas. Acho que ficou capacitado para jogar em qualquer posição do meio-campo", acrescenta.
Perfil do pai e ADN Barça
"Jogou sempre com companheiros mais velhos. Não era só pelo talento, era pela personalidade e inteligência. Aprendia tudo muito rápido e suportava a pressão dos jogos sem qualquer problema. Era mentalmente muito forte, ideal para jogar por um conjunto de elite", destaca Aureli Altimira, reconhecendo o berço privilegiado na Corunha, tendo como pai Fran.
"A influência do futebol do pai esteve sempre presente. Falo na capacidade inata de proteger e conduzir a bola sem a perder. A mestria no um para um, o último passe. Era algo que já tinha quando nos chegou", documenta, lembrando os recursos mais moldados.
"Tivemos que ensinar-lhe a colocar o talento individual ao serviço da equipa. Sem cortar-lhe a liberdade, queríamos só que aprendesse a diferenciar quando era melhor conduzir ou driblar e quando devia jogar a um ou dois toques como fazem a maioria dos médios do Barcelona por uma identidade própria", sustenta Altimira, 55 anos, avaliando, atualmente, ofertas de trabalho.