Se não houver acordo para o 1º de Maio, Braga tem plano para a construção de um novo estádio
O Braga considera que a Pedreira não serve os interesses do clube e quer requalificar o 1º de Maio. Câmara não aceita proposta arsenalista e vai investir dez milhões para recuperar o espaço
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O Estádio 1º de Maio está a gerar um conflito entre o Braga e a Câmara Municipal.
O emblema arsenalista propõe a requalificação do recinto para voltar lá a jogar e fazer dele a sua casa, está disposto a pagar a obra, orçada em 60 milhões de euros, e em troca pede a cedência do respetivo terreno, mas a autarquia liderada por Ricardo Rio entende que a proposta se destina a reconstruir e não reabilitar o espaço, o que vai contra as diretrizes da Direção Geral do Património Cultural.
Sem acordo à vista, pelo menos por enquanto, o Braga, sabe O JOGO, tem como plano de recurso a construção de um novo estádio, se bem que o tempo seja ainda o de tentar conseguir um consenso para a questão.
O clube minhoto, que paga à autarquia cerca de 500 euros mensais de renda pela utilização da Pedreira, num contrato válido até 2033, considera que o espaço tem mais contras do que prós, tanto em termos de estratégia empresarial e de desenvolvimento do negócio de estádio, como para o conforto e afluência de adeptos, pelo que decidiu "trilhar o próprio futuro", como consta de um estudo pedido pelo Braga a que O JOGO teve acesso, e avançar com uma proposta de requalificação do Estádio 1º de Maio, com capacidade para 20 mil lugares.
Essa proposta, como se sabe, foi apresentada à Câmara Municipal de Braga em dezembro e, na altura, Ricardo Rio entendeu que o melhor seria decidir algo só depois das eleições, entretanto realizadas. Ora, de forma oficial, o Braga diz que não tem qualquer resposta ou conhecimento da posição da autarquia, embora já se saiba qual é o entendimento de Ricardo Rio sobre o assunto.
"A proposta do Braga, conforme foi feita, está completamente posta de parte, porque não se trata de uma reabilitação, mas de uma reconstrução. E isso vai contra a Direção Geral do Património Cultural, visto o Estádio 1º de Maio estar classificado como património nacional. Estamos recetivos a estudar outras propostas", referiu o autarca a O JOGO, confirmando que a Câmara "vai investir dez milhões de euros para reabilitar o recinto", utilizado para atletismo e pela equipa de futebol feminino dos arsenalistas.
Na proposta do Braga para requalificar o 1º de Maio, o clube deixou também sugestões à autarquia para rentabilizar a Pedreira, sendo a mais importante a criação de um pólo de trabalho para a Seleção Nacional no norte, isto obedecendo a um acordo previamente definido com a Federação Portuguesa de Futebol e a AF Braga.
O Braga entende que a Pedreira "não serve os interesses nem acautela o futuro" do emblema, conforme ficou exposto no estudo encomendado e, face à incerteza de utilização do recinto num futuro próximo, até porque a autarquia não esconde o desejo de avançar para a venda do imóvel, o plano passa mesmo por construir um estádio próprio se o projeto de requalificação do 1º de Maio não for aprovado nas bases em que o clube propõe.
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