A O JOGO, Marcos Braz, "vice" do Flamengo, frisa desejar levar um treinador português sem afastar da lista o técnico do Benfica. Mesmo assim assegura "não ter vindo para contratá-lo".
Corpo do artigo
Um técnico português. É esta a certeza maior no perfil definido por Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo, para liderar a equipa do Rio de Janeiro. Jorge Jesus, amigo e técnico que deixou marca no clube e nos adeptos cariocas, é visto pelo dirigente como difícil, dado que tem contrato com o Benfica, mas, em conversa com O JOGO, fica claro também que não é carta fora do baralho, seja no curto ou no médio prazo.
"[Jorge Jesus] não é um sonho, o meu sonho é levar um técnico que possa ter os mesmos grandes resultados que o Jorge teve. Quero um técnico português com uma equipa robusta e não vale a pena insistir em perguntar pelo Jorge Jesus pois eu não vim aqui para contratá-lo. Mas, se for possível, se houver uma chance, vou tentar e quero contratá-lo também", afirma a O JOGO. "Mas vim atrás de um projeto iniciado em 2019. Sempre acreditei na potência da escola de técnicos portugueses. A primeira vez que um grande técnico foi treinar um grande clube no Brasil, foi connosco. Depois veio o Palmeiras, o Santos... Mas nós é que abrimos um caminho", justifica ao nosso jornal Marcos Braz que assegura "ainda não ter falado" com o técnico ou ter tomado o tão prometido café. Mas, quando o fizer, não se sentirá culpado por este ter vínculo com as águias.
"O Jorge tem contrato com o Benfica mas isso não é um problema pois, quando ele estava lá [no Flamengo] e tinha contrato, o Luís Filipe Vieira também lá foi... Mas, desde que estou aqui em Lisboa em nenhum momento estive com o Jorge. Provavelmente vou estar, tomar um café com ele pela relação que temos. Tenho viagem marcada para dia 23 e, se tiver as coisas resolvidas, volto para o Brasil", explica Marcos Braz. E acrescenta: "Não vim a Portugal para convencer o Jorge, vim atrás de um projeto no qual sempre acreditei. De certeza que levarei para o Flamengo um treinador e uma equipa técnica portugueses para que possamos desenvolver um excelente trabalho no Brasil como fez o Jorge Jesus e o Abel Ferreira."
E se Jesus ficar livre no final desta época, ainda o pode ter uma porta aberta? A resposta a esta questão é lacónica: "Tenho de resolver a minha vida em seis dias, não em seis meses." Quanto a um eventual encontro com Rui Costa, não houve... até ver pelo menos. "Ele não me chamou para tomar um café, se chamar eu vou", atira, com um sorriso.
Alvos das águias não eram negociáveis
Braz recusa comentar os nomes de treinadores com os quais já se reuniu ou irá reunir, entre eles Paulo Sousa, Carlos Carvalhal ou Rui Vitória "para não atrapalhar as possíveis negociações que estiverem em curso", num processo onde tem tido ajuda do empresário Bruno Macedo e Hugo Cajuda. A finalizar, e sobre o interesse que o Benfica teve no passado em jogadores do clube carioca, como Bruno Henrique, Gerson ou Arão, o vice-presidente do Mengão garante que "os jogadores que o Benfica queria na altura eram atletas que o Flamengo não negoceia".