Paulo Meneses foi ontem reeleito para o quinto mandato na presidência do clube e aponta caminhos para o futuro, do modelo de gestão às mudanças no futebol. Com o Paços de Ferreira numa luta titânica contra a despromoção, o dirigente diz que a nova Direção tem coragem para enfrentar todos os cenários e também reconhece erros na construção do plantel.
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Reeleito na presidência do Paços de Ferreira, sem listas concorrentes, Paulo Meneses considera que o facto de isso acontecer se deve ao ato eleitoral "ocorrer num período errado", defendendo que devia realizar-se "em fevereiro ou março", permitindo, assim, que os candidatos "tenham tempo para definir as melhores estratégias". Nesse sentido, advoga "uma alteração urgente aos estatutos".
Ainda sem certezas quanto à descida ou permanência do Paços, Meneses aponta caminhos para o futuro, como fizera, na véspera, numa sessão de esclarecimento. "Compete aos sócios aprovar o novo modelo de gestão, que pode passar por manter a SDUQ ou transformá-la em SAD, mas sempre com a parte maioritária na mão dos sócios", lembrando que o novo regime jurídico das SAD, em apreciação na Assembleia da República, "pode conseguir outras formas de financiamento".
Sobre as medidas imediatas, o presidente revelou a O JOGO o que pretende mudar: "A escolha de jogadores tem de ser feita com critérios mais apertados, já que nesta época contratámos jogadores de qualidade, mas longe de saberem a realidade do futebol português e do clube. Não posso prometer que, se descermos, para o ano subimos; nem que se nos mantivermos este ano, não desceremos no seguinte. Estamos com coragem para enfrentar todos os cenários e o nosso scouting já está a trabalhar em novas contratações, já que no final da época vai sair muita gente."
Presidente recebe 1655 votos
O ato eleitoral do Paços de Ferreira decorreu ontem, no Estádio Capital do Móvel, das 10 às 22 horas, e Paulo Meneses, líder da lista única, recebeu 1655 votos a mandatá-lo para o biénio 2023-2025 (89 por cento), registando-se ainda 189 votos brancos (dez por cento) e 17 nulos (um por cento). Num universo de 1753 associados, apenas 315 o fizeram. Apesar disso, os votantes aumentaram em relação ao último ato eleitoral dos pacenses: em 2021 foram 292 os sócios votantes. Recorde-se que o número de votos de cada associado difere, de acordo com os anos de filiação.