Investimento das águias supera o que foi colocado à disposição de Sérgio Conceição e Rúben Amorim. Receitas de transferências sustenta ataque mais pesado ao mercado por parte do Benfica, que esta época voltou a carregar nos milhões para atacar aquele que é visto como o "jackpot" da Champions.
Corpo do artigo
Fechada a janela de transferências de verão, e feitas as contas ao que foi investido no reforço do plantel principal, a SAD benfiquista autorizou um investimento de 69 milhões de euros, montante que não supera os 114 milhões despendidos nos dois mercados anteriores, defeso de 2022 e janeiro deste ano, mas cujo somatório faz crescer os gastos com aquisições para um total de 183 milhões de euros.
Nas mesmas três janelas de mercado, o FC Porto aplicou 84 milhões de euros em caras novas para o seu plantel e o Sporting avançou com 107.
A disponibilidade de investimento do Benfica é sustentada, além de outras receitas, nos montantes milionários que tem também encaixado em vendas de jogadores. No mesmo período de análise, a título de exemplo, os encarnados faturaram 290 milhões de euros em saídas de futebolistas do plantel principal, o que viabiliza um ataque ao mercado que supera largamente aquele que tem permitido novas armas aos dois principais rivais de Roger Schmidt e do Benfica.
Fazendo uso dos dados do site especializado "Transfermarkt" percebe-se que os 183 milhões de euros gastos pelo clube da Luz em caras novas bate por muito os 107 investidos pelo presidente do Sporting, Frederico Varandas, para dar mais armas ao técnico Rúben Amorim. Nas mesmas três janelas de mercado, Pinto da Costa disponibilizou quase 84 milhões para reforço do plantel comandado por Sérgio Conceição.
Olhando apenas ao período agora encerrado, o Benfica gastou os atrás referidos 69 milhões de euros, contra 54 dos leões e 33 dos dragões. Nestas parcelas, do lado encarnado merecem destaque os 25 milhões de euros (mais cinco em variáveis) que fazem do médio Kokçu a contratação mais cara da história do futebol nacional, seguindo-se o avançado Arthur Cabral por 20 milhões (mais cinco por objetivos). Os verde e brancos igualaram este último com a contratação do ponta-de-lança Gyokeres (20 M€ mais quatro em variáveis), enquanto os azuis e brancos só subiram até aos dez milhões para adquirir o extremo Iván Jaime.
Objetivo passa por tirar a Champions aos rivais
O elevado investimento em transferências que se repetiu da última época para a atual insere-se numa estratégia que, sabe O JOGO, foi discutida e aprovada a nível interno pelos decisores da SAD benfiquista e que visa potenciar as contas da sociedade para os anos seguintes mediante a garantia da presença na fase de grupos da Liga dos Campeões. Tendo em conta que na próxima edição apenas o campeão português terá entrada direta e o segundo terá de passar pelas eliminatórias, não havendo vaga para o terceiro colocado, esta questão ganhou um peso que pode revelar-se determinante no futuro.
Entrando na fase de grupos da prova, haverá um prémio chorudo garantido, que na época passada ascendeu a 38 milhões de euros (mais os bónus pelo desempenho), mas que está previsto ser incrementado na temporada em curso, o que poderá aumentar o fosso orçamental para os rivais diretos. É esta leitura que sustenta a continuidade do investimento alto no plantel.
Fasquia salarial sobe à conta das poupanças
Além dos valores das transferências, o Benfica abriu os cordões à bolsa para pagar salários mais altos e, com isso, atrair jogadores de outro calibre. Isso foi permitido pela "limpeza" de ativos que não iriam dar rendimento desportivo. Weigl é o exemplo claro, Vertonghen, Seferovic, Draxler são outros que ajudaram a pagar o ordenado a reforços como Di María, Kokçu, Arthur Cabral, entre outros.